Enviada em: 06/10/2017

Entende-se por violência qualquer conduta que fira à vítima de maneira física, moral ou psicológica. Apesar do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) garantir proteção aos jovens observa-se que o problema da violência persiste, visto que de acordo com dados da Unicef (Fundação das Nações Unidas), a cada hora, 5 casos de agressões infantis são registrados no país. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados, como a ineficácia das averiguações e a falta de limites nas punições dos pais.      Cabe ressaltar, a princípio, que a falta de punições tende a agravar o fato supracitado. Sobretudo, embora exista um apoio de estatutos, o Poder Judiciário ainda é falho pela falta de profissionais suficientes para cumprir a demanda de denúncias. Com o baixo índice de pessoas preparadas para investigações e punições, muitas são esquecidas e acabam sem auxílio. Um exemplo disto é o Caso Bernardo, no qual um garoto de 11 anos foi assassinado pelo próprio pai após espancamentos, mesmo anteriormente a vítima já tendo denunciado o agressor, fato esse que serviu de rastilho para a criação da Lei da Palmada.      Além disso, vale ressaltar que existe a linha tênue entre educar e a falta de limites. Na tela ''As faces da guerra'' de Dalí, mimetiza-se que a sociedade contemporânea é por natureza má e cruel, pois normaliza a violência como um hábito do cotidiano. De maneira análoga a obra, observa-se que a violência infantil é uma vítima da normalização de atos violentos, devido a falta de informações e limites da parte dos pais que ''educam'' seus filhos com punições físicas, mas também que possuem a ideia de ser algo normal e necessário para a construção de um bom cidadão.      Logo, cabe ao Estado, como gestor dos interesses da coletividade, através do Ministério da Segurança, em parceria com o ECA, abrir mais concursos públicos que possuem foco investigativo, para cumprir a demanda de profissionais e com o efeito de conseguir averiguar todas as denúncias. Além disso, através do Ministério da Educação, ele também deve promover palestras educativas anuais em escolas, com o intuito de informar os limites das punições. Isto posto, a violência infantil deixará de fazer parte da realidade brasileira.