Enviada em: 21/03/2019

Em 1992, uma intervenção da Polícia Militar no Complexo Penitenciário do Carandiru causou a morte de 111 pessoas, todos detentos. O Massacre do Carandiru - como ficou conhecido - ilustra a situação da violência urbana no Brasil. Esse panorama é causado principalmente pela sensação de não pertencimento à sociedade que os criminosos sentem e pela intensificação desse sentimento que as punições causam, o que gera um ciclo vicioso de violência. Primeiramente, é importante mencionar como a exclusão social motiva os cidadãos a cometerem atos violentos. Em decorrência de problemas socioeconômicos e infraestruturais, muitas pessoas sentem que pertencem a uma sociedade diferente dos outros indivíduos. Esse distanciamento social facilita que crimes violentos sejam cometidos, já que a vítima é vista como um "outro", um estranho. Essa situação afeta diretamente a violência urbana no país em razão do grande número de brasileiros que se sentem excluídos da sociedade. Em segundo lugar, a punição pelos crimes cometidos intensifica o sentimento de não pertencimento dos criminosos. A situação precária das penitenciárias brasileiras e a ausência de programas de inclusão social dos detentos reforça o afastamento social e, por conseguinte, agrava o número de reincidentes criminais. Essa conjuntura piora a violência urbana, levando em conta que grande parte dos atos violentos são cometidos por criminosos reincidentes. Fica claro, portanto, que um ciclo vicioso de violência é gerado quando a punição de atos impetuosos agrava a exclusão social. Para resolver essa problemática, é necessário que o Ministério da Cidadania em conjunto com as ONGs invistam na inclusão social dos brasileiros nas metrópoles e nas principais penitenciárias, ao criar projetos socioculturais para que ocorra uma aproximação social entre os cidadãos. Somente dessa forma, a violência urbana no Brasil será amenizada, quando violência não for combatida com violência, igual aconteceu no Carandiru.