Enviada em: 29/04/2019

Espetacularização e banalização. Esses são, infelizmente, os dois adjetivos cada vez mais comuns quanto à violência urbana no Brasil. E em uma sociedade estruturalmente racista e desigual, a violência tornou-se uma marca assustadoramente presente. Diante desse cenário de violência urbana, urge uma análise: tanto em relação a média mundial; quanto seus aspectos sociais no Brasil.      Deve-se pontuar, de inicio, a liderança mundial do Brasil no ranking da violência urbana, segundo o IPEA e a ONU. Pois, segundo levantamentos internacionais do mapa da violência mundial, atualmente no Brasil o numero de assassinatos é maior do que toda a União Européia, África, Leste Asiático e EUA juntos - não só em números absolutos como também em números proporcionais. Assim, evidencia-se a extrema necessidade em debater e analisar esse cenário de violência urbana nacional.     Além disso, outro ponto merece destaque – os aspectos sociais dessa violência. Quando uma sociedade passa a banalizar-la e espetacularizar-la, além, de considerar que vidas negras e pobres periféricas valem menos ou nada, a truculência, a discriminação e a marginalização atreladas à falta de oportunidades dessas comunidades tornam-se aspectos sociais fundamentais para o surgimento, a propagação e a consolidação de violência urbana no Brasil. Mas ainda, sendo ela majoritariamente noticiada no asfalto, mas cruelmente presente/vivida na periferia.      Então, cabe ao poder público tanto em nível municipal quanto federal em parcerias com ONGs e movimentos sociais – trabalharem projetos contra a violência, desde o combate direto e principalmente o combate de suas causas sócias: seja por meio de projetos sociais atendam diretamente as comunidades levando capacitação educacional e profissional, bem como, oportunidades de lazer e liberdade. Além de buscar um sistema prisional voltado para a resociaização dos detentos por meio de capacitação e oportunidades profissionais, facilitando sua reinserção na sociedade. Para que enfim o Brasil possa combater à violência urbana.