Enviada em: 06/04/2019

Os índices de violência no meio urbano brasileiro aumentam drasticamente. O número de mortos em um ano, no Brasil, assemelha-se aos dos mortos nas guerras. Essa calamidade é reflexo da crise político-econômica e histórico-social que assola nosso país. Em função dessa, a criminalidade tem ascendido e, como nossas políticas de segurança pública se provaram falhas em muitos aspectos, boa parte da população se vê indefesa em meio a esse cenário.     Em primeiro lugar, o Brasil tem passado por um grave período de crise, não apenas política, mas econômica, sociocultural. Muitas pessoas, além de verem-se em estado de extrema pobreza e desvantagem social, perderam sua noção de identidade coletiva, cultural. Assim, com nossa descensão político-econômica, ascende a criminalidade e, com o senso de impunidade, muitas dessas pessoas migram para o Mundo do Crime, principalmente os jovens, que são recrutados. Nesse cenário, o homicídio é banal e a violência é recorrente, não há lei, nem estado.     Assim sendo, percebe-se que há uma crescente demanda pelo nosso Serviço de Segurança Pública, que se mostrou falho e corrupto. Cabe ressaltar que, segundo reportagem da Agência Brasil, os investimentos nesse setor são muito baixos, sendo que, em 2017, somaram R$ 84,7 bilhões, representando apenas 2,5% de todas as despesas do país. Dessa maneira, a má remuneração dos agentes de segurança, muitas vezes, leva-os a buscar fontes de renda alternativas que tendem à corrupção. Além disso, a falta de treinamento militar permite a ocorrência de falhas em operações.     Dessa forma, é notório que, nesse cenário, o cidadão comum sente-se no dever de reagir em sua própria defesa. Isso, muito corretamente, em diversos contextos, é tomado como direito fundamental humano. Todavia, muitos países, como fez o Brasil em 2003, adotaram a política desarmamentista, no intuito de diminuir os índices da violência urbana. Ainda em 1990, as campanhas pelo desarmamento já haviam começado a angariar adeptos ao movimento. Sendo que, nesse ano, as taxas de homicídio atingiram 22,2 por 100 mil habitantes e, a partir desse momento, apenas ascenderam. Isso configura uma falha nessa política, uma vez que, unicamente vulnerabilizou o cidadão.     Portanto, nota-se que grandes problemas relacionados à violência urbana no Brasil ocorrem em função de maus investimentos e falhas políticas públicas. Em suma, é necessário que nossos governantes abram espaço para discutir reformas políticas no país, em vista de descentralizar a tomada de decisões do Governo Federal, para os estados e municípios poderem gerir de maneira mais eficiente suas responsabilidades, além de abordar seriamente temas essenciais, convencionalmente evitados, como a legítima defesa, a fim de desenvolverem soluções efetivas para o problema.