Na expansão marítima portuguesa o maior medo dos marinheiros era a calmaria dos ventos, pois, ficariam ali parados por tempo indeterminado. Já nos dias atuais, a ''calmaria'' ganha um novo significado que é a falta de mobilidade nas grandes cidades do Brasil. Nesse cenário, tendo como principais causadores à falta de alternativas para o modal rodoviário, que é o principal do país, e a concentração de serviços nas metrópoles. Por isso, torna-se necessário uma discussão acerca da mobilidade urbana visando sua efetivação. Em primeiro plano, ressalta-se à falta de diversidade dos modais brasileiros, tanto para transporte de pessoas, quanto de mercadorias. Tendo o Brasil tamanho continental e abundância de rios, o modal pluvial é uma excelente alternativa para o transporte de produtos. Segundo dados do IBGE, mais de 50% dos alimentos são perdidos nas estradas brasileiras, tendo como consequência o encarecimento do preço final. Dessa forma, à ausência de alternativas nos modais acaba sendo prejudicial economicamente ao país. Outro ponto, é a concentração de serviços em um só lugar, se por um lado tem a vantagem de poder realizar várias tarefas rapidamente, tem a contrapartida da lotação de milhares de pessoas em um único ambiente. A exemplo disso, a cidade de São Paulo é o principal centro do urbano do país e sofre com a ''estática'' da cidade, Conforme noticiado pela Globo, os engarrafamentos na cidade chegaram a 210 quilômetros, e o paulista perde, em média, 20 dias preso em engarrafamentos. Com base nisso, é necessário um rearranjo do espaço urbano buscando a sua melhora. Dessa forma, é imprescindível que o Congresso Nacional, junto aos governos estaduais desenvolvam o transporte de mercadorias pelos rios. Por meio da recuperação, limpeza e reaquisição das matas ciliares, de rios para que estes se tornem navegáveis. Além de palestras aos grandes empresários explicando a vantagem desse tipo de transporte, que além de ser mais barato diminui a perda pelo deslocamento. Enfim, com essas ações o Brasil não precisará mais temer a calmaria.