No filme "Uma noite de crimes", é representado um espaço urbano distópico onde o Estado legaliza qualquer tipo de crime cometido durante toda uma noite, fazendo com que sejam praticados delitos com os mais variados graus de violência e crueldade. Fora da ficção, é possível constatar que a carência de políticas voltadas à segurança pública e o irrisório investimento em educação, são fatores que contribuem consideravelmente para o aumento da violência urbana no Brasil. O baixo investimento em educação se torna um empecilho na promoção de um ambiente urbano menos violento, uma vez que impossibilta a formação de indivíduos instruídos ético-moralmente. De acordo com Nelson Mandela, " a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo". Dessa forma, é possível compreender que, em uma sociedade onde a educação é negligenciada, não se tem a "base" necessária para formar indivíduos com valores cidadãos. Isso leva alguns deles, portanto, a caminhos alternativos, como o tráfico e outras ramificações do "mundo do crime". Ademais, a ausência de políticas de segurança pública que não combatam violência com o uso de violência, facilita a manutenção da brutalidade vivenciada pela população urbana. Segundo o escritor Augusto Cury, “ frágeis usam a violência, e os fortes, as ideias". Nesse sentido, se configuram como inviáveis quaisquer formas de combate à violência, que não se estabeleçam por meio da educação e do uso da inteligência social. Caso contrário, a repressão dessa, através da agressividade, só continuaria por sustentar o quadro de anomia social. Diante do exposto, é possível constatar o importante papel exercido pelo Estado na correção dessa problemática. Cabe ao Estado a criação de políticas que permitam a punição dos criminosos e sua posterior reintegração social, através do oferecimento de atividades técninas, como o artesanato, e da educação, dentro dos presídios. Só assim é possível evitar que a distopia vivida em "Uma noite de crimes" se torne realidade.