Enviada em: 17/05/2019

De acordo com Augusto Comte,é necessário ''ver para prever,a fim de prover''. Nessa linha,tais vocábulos do filósofo  determinam o caminho para sanar a atual crise de violência urbana,imersa em elevadas taxas de criminalidade.Todavia,a coletividade é contraproducente a esse cenário de prevenção,em face de demandas seculares que inibem a manutenção da segurança pública.          Em primeiro lugar,essa conjuntura atrela-se à morosidade no cuidado público.Um processo fundamentado na crescente desigualdade social  e falta de estruturação desenvolve-se mediante á falta de ações à longo prazo pelo Poder Executivo.Sob esse viés,conforme exposto pelo Globo,em dois dias o Rio de Janeiro teve oito vítimas de bala perdida,resultante de conflitos entre polícia e grupos criminosos.Assim,a combinação volátil de despreparo e má governança criam um terreno fértil para a proliferação e expansão de vítimas.    Ademais,as lacunas deixadas pelas falhas promoções de cidadania corroboram com essa realidade.De acordo com o sociólogo Macos Rolim,o combate contra a criminalidade deve levar em consideração a redução da evasão escolar,aspecto que é negligenciado no Brasil no tocante à segurança pública.Contrariamente,o país encontra-se com a terceira maior taxa de abandono escolar entre os cem países de maior IDH,de acordo com uma pesquisa do PNUD .Dessa maneira,o recrutamento de jovens iletrados por facções torna-se gradualmente mais fácil,o que sustenta esse ciclo caótico.    Conclui-se,portanto,que a violência urbana no Brasil é amparada por fatores históricos.Logo,é fundamental que o Estado invista em mecanismos a longo prazo,como garantir e estimular o acesso escolar,por meio do investimento em educação e assistência social.Além disso,o esporte deve ser usado como instrumento de consciência socioeducativa,aliado à preparação efetiva de policiais,delegacias e UPPs. Dessa forma tornar-se-á possível seguir os reflexos de Comte no combate à violência.