Enviada em: 29/05/2019

As maiores oportunidades de emprego e serviços, combinados com a mecanização do campo provocam o exôdo rural que, no Brasil ocorreu no século XX. Entretanto percebe-se que esse fluxo migratório não pode ser classificado como positivo uma vez que traz inúmeras consequências negativas, como por exemplo, a violência. Isso acontece devido à falta de estrutura nas cidades para receber tantas pessoas, que tem seus interesses em conflito a todo momento. O processo de urbanização não garante o acesso aos serviços básicos e direitos fundamentais de uma maneira homogênea, ocasionando na desigualdade social.  Essa anomia da sociedade gera a violência a partir do momento que coloca a população, principalmente a mais pobre, em posição de desespero, que muitas vezes é levada à recorrer ao crime como maneira de sobreviver. Jovens que vivem na periferia, por exemplo, não possuem as mesmas oportunidades e expectativas daquele pertencente à classe alta/média, o que os faz abandonar os estudos e aceitar algumas vezes serviços ilegais, como o tráfico de drogas, a fim de sustentar suas famílias. E fato que não se pode generalizar o perfil de criminosos de acordo com condições socioeconômicas, contudo percebe-se que são discriminados pelos policiais principalmente jovens negros ou pardos, que por outro lado também são 71,5% das vítimas de homícidios. Nesse sentido é possível concluir que o racismo e o preconceito estão fundidos numa falta de preparo da polícia, que age violentamente contra aqueles que eles julgam como o estereótipo de criminoso.  Consequentemente ao preconceito dos policiais há o predomínio de negros e pobres nas cadeias, sendo que em muitos casos, são presos injustamente, e na maioria das vezes não conseguem se inocentar devido à falta de recursos. Enquanto isso , os verdadeiros criminosos continuam agindo nas cidades, intensificando cada vez mais a violência.  Percebe-se então que o Estado não aplica medidas que visam reduzir a violência. Deve-se primeiramente capacitar os policiais para agirem de maneira coerente e justa, através de melhores condições de trabalho e uma melhoria na gestão de informação, além do Governo Federal buscar penas alternativas, visto que há uma ineficiência no sistema carcerário. Todavia é essencial buscar políticas públicas que visem reduzir a violência a longo prazo, como por exemplo melhorias na educação, oferecendo a expectativa de melhores condições de vida aos jovens com pouco poder aquisitivo, e dessa forma permitindo que haja uma redução de menores no crime.