Na Roma antiga, os gladiadores consideravam normal usar a violência para garantir sua honra. Para além desse período, o aumento da violência no Brasil é sustentado, em maior parte, pela aniquilação dos direitos de grupos minorizados, em que o crime passa a ser visto como meio de destaque. Isso se evidencia tanto pela desigualdade social quanto pela deficiência do sistema de segurança. Em primeiro plano, segundo dados da ONU, países como Dinamarca e Islândia são os mais pacíficos do mundo e, simultaneamente, possuem elevado IDH. Paralelo a isso, o acesso homogêneo da população à infraestrutura de qualidade nas cidades, desde saneamento à escolaridade, promove a harmonia das relações sociais. Em contrapartida, a concentração de renda do Brasil impede que os grupos menos favorecidos tenham oportunidade de ascender economicamente e ter qualidade de vida, o que faz com que se submetam à criminalidade. Dessa forma, a marginalização socioeconômica contribui para manter a violência. Além disso, o tratamento dado pelo sistema carcerário aos condenados dificulta a ressocialização e mantém elevada a reincidência ao crime. De acordo com o filme Laranja Mecânica, o personagem foi submetido à tortura para mudar suas atitudes perante a sociedade, no entanto, esse efeito fez com que, posteriormente, fossem cometidas mais infrações. Nesse sentido, os maus tratos que são impostos para os detentos, desde espancamento à instalação insalubre, os tornam pessoas mais violentas. Logo, a busca pela isonomia no meio social é essencial para reduzir a violência urbana. É necessário, portanto, que o Executivo aumente o PIB destinado à saúde, educação e saneamento, com projetos de inclusão de pessoas carentes por meio do cadastro para identificá-las, a fim de fornecer os direitos inerentes ao ser. Ademais, é importante que o Ministério da Segurança invista em programas de ensino nas cadeias, com construção de salas de aula e convocação de professores, para ressocializar os presos e impedir a reincidência de crimes.