Enviada em: 16/08/2018

Assaltos. Sequestros. Homicídios. Cenas como estas, facilmente confundidas com grandes produções cinematográficas, compõe mais um dia comum na vida de qualquer brasileiro. Em pleno século XXI a população vê, diariamente, a violência fazer das terras brasileiras solo fértil para crescer e fixar-se, sendo hoje, considerado o 9° país mais violento do mundo – segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).     Produzido no ano de 2002, o filme “Cidades de Deus” relata a história de jovens que adentram o mundo do crime como alternativa para alcançar a ascensão social, já na vida real, esta é uma realidade enfrentada pelo Brasil. Segundo o filósofo Jean-Jacques Rousseau, todos os indivíduos nascem bons, sendo a sociedade na qual está inserido responsável por corrompê-lo. Sob esse ângulo, a exacerbada desigualdade socioeconômica existente aliada ao forte estímulo ao consumo de bens e serviços, acabam por gerar uma sociedade moralmente corrompida, onde os indivíduos possuem sua cidadania reconhecida proporcionalmente a sua condição financeira. Nesse contexto, uma vez corrompido, o homem acaba por adotar o crime como a forma mais rápida de ascender perante a sociedade.      Outrossim, destaca-se como principal fator gerador do impasse acima mencionado, a ineficiência estatal em garantir que toda a população – especialmente os jovens e adolescentes – tenha acesso ao ensino escolar de qualidade. Afirmando tal argumento, encontra-se a recente pesquisa realizada pelo IPEA, onde relata-se que para cada 1% a mais de jovens entre 15 e 17 anos nas escolas, ocorre uma redução de 2% na taxa de homicídios brasileiros. O filósofo Immanuel Kant afirma ser o homem o que a educação faz dele, nesse sentido, a instrução pedagógica configura-se como um escudo contra a violência no Brasil, reduzindo a vulnerabilidade e exposição de jovens ao mundo do crime e propiciando uma transformação intelectual e comportamental. Dessa forma, são despertadas, em detrimento da iniciação da prática criminal, novas perspectivas de elevar-se socialmente.     É evidente, portanto, a necessidade da solidificação de políticas que visem à construção de um Brasil mais igualitário. Destarte, cabe ao Estado, garantir que toda a sociedade – do rico ao pobre - tenha acesso integral a educação de qualidade, para tanto, através do MEC, deve-se estabelecer parcerias com ONG´s que atuam promovendo a cidadania em áreas de vulnerabilidade. Juntas, tais ferramentas devem implementar projetos socioeducativos que visem uma maior integração entre a escola e comunidade, tais como, o estabelecimento de oficinas de arte e esporte durante os finais de semana - para que os jovens tenham o maior contato possível com o ambiente escolar -, e a oferta de cursos técnico profissionalizantes à toda a comunidade.