Enviada em: 05/10/2018

A Declaração Universal dos Direitos Humanos — promulgada em 1948 pela ONU — assegura a todos  os indivíduos o direito à paz e ao bem-estar social. Entretanto, os frequentes casos de violência urbana no Brasil impedem que os brasileiros experimentem esse direito internacional na prática. Nesse contexto, cabe analisar os motivos da problemática, como a negligência do Estado e a criminalidade, tornando essa conjuntura um grande desafio para a sociedade.           Em primeiro plano, vale salientar que a violência urbana evidencia a ineficiência do governamental. Afinal, entre 2011 e 2015, a violência no país matou mais pessoas que a Guerra da Síria, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), devido à falta de ações que minimizem esses atos, como investimentos na segurança -com exceção do estado de São Paulo que reduziu os casos. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman afirma em "Modernidade Líquida", que algumas instituições sociais -dentre elas, o Estado- perderam sua função social, mas conservaram sua forma, configurando-se,assim, como "instituições zumbis".      Outrossim, cabe destacar que o aumento da violência urbana está intrinsecamente ligado às taxas de criminalidade. Uma vez que, de acordo com o Atlas da Violência de 2018 , produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), foram cometidos 62.517 assassinatos em 2016, colocando o Brasil em um patamar 30 vezes maior do que o da Europa e agravando a questão de bem-estar. Dentre as principais causas está  a falta de projetos sociais, para resgatar -ou até mesmo evitar- os jovens dos crimes. Logo, alternativas são necessárias para alterar esse cenário caótico das cidades, visto que a violência é sempre uma derrota, conforme  o pensamento de Jean-Paul Sartre.       Destarte, é crucial assegurar o direito à paz e ao bem-estar social. Para isso, é mister o Ministério da Segurança investir na segurança nos estados brasileiros, mediante a parceria com os governos estaduais, para esses trabalharem fortemente com a Polícia Civil, com cursos preparatórios  a fim de os instruir e aumentar seu número, sobretudo, nas grandes cidades, como nas capitais, por exemplo. Ademais, é fundamental que o Estado, ofereça projetos sociais, por intermédio de subsídios do Ministério da Educação, ofertando cursos profissionalizantes e bolsas de 300 reais para os adolescentes, desde o Ensino médio,com o intuito de os livrar da criminalidade e, consequentemente, evitar acréscimo da violência. Com isso, o Estado deixará de ser uma "instituição zumbi", minimizando o desafio da violência urbana.