Enviada em: 10/10/2018

A Constituição Federal - promulgada em 1988 - garante que todos os indivíduos possuam direitos à vida e à segurança pessoal, entretanto, os brasileiros não experimentam desse compromisso na prática. Nesse contexto, cabe analisar as raízes históricas dessa problemática em conjunto com a negligência estatal às questões sociais, que impactam diretamente no aumento da violência nas cidades urbanas.     Nessa conjuntura, é necessário destacar que a década de 60 foi marcada pelos adventos da Revolução Verde, que mecanizou o campo obrigando uma grande parte da população a migrar para o meio urbano. Por consequência, houve um inchaço urbano desacompanhado do crescimento dos serviços básicos (saúde, escolas e saneamento básico) e oferta de empregos, culminando no processo de favelização. Sob esse viés, a criminalidade cresceu de forma exorbitante nesses centros urbanos.       Além disso, esses cidadãos - principalmente jovens e crianças - ficam a mercê da ociosidade, por causa da negligência estatal, que oferece um sistema de ensino precário e poucas políticas públicas para capacitação profissional, deixando-os reféns do tráfico e da violência. Em consonância com o filósofo contractualista Thomas Hobbes, o ser humano possui um extinto de autoconservação, e para garantir sua sobrevivência e sustento, pode tornar-se mais violento, afinal, o homem é o lobo do homem.       Fica evidente, portanto, a necessidade do Estado iniciar medidas à longo prazo para diminuir a violência nas cidades. Para tal, cabe a implantação de políticas para a juventude e redução da evasão escolar, em que o Estado e os municípios deverão investir em programas de acompanhamento de jovens regressores de medidas socioeducativas e recuperação daqueles que abandonaram a escola. A curto prazo, o Governo Federal deve criar um sistema de metas para elucidação de crimes violentos por estado, diminuindo assim, a sensação de impunidade. Dessa forma, o Brasil caminhará para um futuro menos violento.