Enviada em: 23/10/2018

A obra literária de Jorge Amado “Capitães da Areia” retrata a vida de crianças carentes nas ruas do Rio de Janeiro, as quais cometem crimes para sua sobrevivência, vistos como malfeitores e marginais pela sociedade. Analogamente, a violência urbana é um desafio enfrentado hoje no Brasil, e como na obra, provém da exclusão social, pobreza e ausência de politicas públicas de bens e serviços, como: educação e moradia.   A princípio, jovens sem acesso à educação de qualidade nas cidades, principalmente negros (devido ao processo histórico de marginalizacao social) veem no crime uma opção de melhoria de vida. Segundo o professor de filosofia da USP, a ocasião faz o ladrão, desse modo a ausência do Estado para suprir as necessidades da população e políticas marcadas pelo racismo institucional, uma vez que 64% dos presos são negros, de acordo com a Carta Capital, a violência se propaga em centros urbanos, ja que o mesmo não supre necessidades básicas da sociedade.    Ademais, a ineficiência de planejamento urbano impulsiona a formação de favelas, as quais, por conta da ausência do Estado, proliferam a formação de facções e crimes organizados nessas comunidades. Dessa forma, apesar de políticas para enfrentrar a desigualdade e previnir o crime como Bolsa Família, foram insuficientes, uma vez que há a falha de repressão à violência com policiais civis e militares mal remunerados e reconhecidos pelas agressões e extorsões para com a população.     Logo, é necessário dar enfoque a políticas públicas de bens e serviços, principalmente em educação e moradia, investido pelo Ministério das Cidades com um melhor planejamento urbano, para evitar formação de favelas e garantir educação de qualidade acessível aos jovens. Assim como, desenvolver oficinas profissionalizantes para policiais pelo Ministério da Educação, em conjunto com as Forças Armadas para efetivar o combate ao crime organizado e evitar a extorsões contra população. Desse modo, o cenários urbano brasileiro não será o mesmo que consta na obra de Jorge Amado.