Enviada em: 18/07/2019

Violência objetiva: a culpada da violência urbana    Segundo a Constituição Federal, todos possuem o direito à vida e ao bem-estar social. Entretanto, o cenário da violência urbana brasileira impossibilita que a população desfrute desse direito na prática. Nesse sentido, dois aspectos são relevantes: o legado histórico cultural e o sistema socioeconômico.    Inicialmente, vale ressaltar a violenta conquista da América do Sul pelos europeus, como a apropriação das terras indígenas e a escravidão. Sob tal ótica, a violência se encontra enraizada na sociedade brasileira e reflete a exploração efetuada na colonização do Brasil, ou seja, essas minorias violentadas não receberam nenhum auxílio governamental e consequentemente foram marginalizadas, resultando no alto índice de violência atual, devido à desigualdade social.   Além disso, a causa estruturante da violência é o sistema capitalista. Conforme o filósofo Slavoj Žižek, a sociedade enxerga apenas uma parcela da violência, sendo ela a subjetiva, que consiste em culpar apenas o sujeito agressor. Contudo, também existe a violência objetiva, sendo a parcela invisível, isso é, ela procura encontrar a raíz problemática. Logo, a desigualdade social é um exemplo de violência objetiva, pois ela é um fator primordial que gera a violência.   Fica evidente, portanto, a necessidade de medidas para resolver esse impasse. Dessa forma, o Estado, sob uma perspectiva democrática, deve criar ações afirmativas para reparar as questões históricas e o contraste social, por meio da implementação de cotas étnicas e econômicas nas universidades. Ademais, cabe ao MEC (Ministério da Educação) promover a abertura de cursos técnicos profissionalizantes de fácil acesso nas periferias, a fim de que cada indivíduo receba uma oportunidade de inclusão ao mercado de trabalho. Assim, observada essas ações o país se tornará um verdadeiro Estado democrático de direito e a diminuição da violência deixará de ser uma utopia.