Enviada em: 16/08/2019

É pertinente afirmar que a conjuntura hodierna da violência urbana no Brasil é reflexo da urbanização rápida e desenfreada brasileira, ocorrida no século XX, com a instalação das indústrias na região Sudeste. O panorama supracitado é consequência da ausência do Estado em conferir aos indivíduos direitos mínimos - como segurança pública e políticas assistencialistas - defendidos na Constituição Cidadã, 1998, para o bem-estar social. Com base nisso, caso não haja mudança de postura do Poder Público, o Brasil continuará sendo “o país do futuro”.     A priori, é imperioso destacar que os baixos salários e os ínfimos investimentos em equipamentos de defesa oferecidos aos policiais brasileiros e as fiscalizações frouxas dentro dos órgãos de segurança pública, oportunizam o aumento das facções criminosas, chamadas de “milícias”. Tais grupos são a junção de policiais que tentam outra forma de renda para amparar suas famílias e de marginais que, em conjunto, vendem armas ilegais e perpetuam a violência. Nesse âmbito, há uma contradição, já que os agentes deveriam, supostamente, resguardar a população e reprimir a criminalidade. Nesse contexto, o cidadão é quem sofre o alheamento do Estado quanto à realidade vivenciada.     Outrossim, de acordo com o jornal “El País”, 2019, a violência no Brasil mata mais que a Guerra da Síria. Segundo a matéria, nos últimos anos, houve mais de 780 mil homicídios, o equivalente à população de grandes capitais nacionais. Nessa lógica, a vida do brasileiro é algo insignificante, haja vista que nada é feito e muito menos ouve-se falar, de forma frequente, nos noticiários do país. Esse cenário, consoante às ideias do contratualista John Locke, configura-se uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função de garantir que os cidadãos gozem de direitos imprescindíveis (como direito à segurança e à qualidade de vida). Visto isso, são necessárias, portanto, medidas capazes de mitigar essa problemática.    Para tanto, é fundamental que o Governo Federal atue junto ao Ministério de Segurança Pública. Assim, compete aos órgãos sobreditos assegurar melhores salários e investimentos em tecnologias de combate à violência, aos policiais, a fim de que haja reduções plausíveis e contínuas nas taxas da selvajaria atual enfrentada em todo o território. E, além disso, dediquem-se em potencializar inspeções e vigilância de possíveis infiltrações de agentes em gangues e instituir as devidas punições. Dessa maneira, os cidadãos brasileiros se sentirão representados e mais seguros. E, então, de fato, o Brasil passará de país do futuro para país do agora.