A partir da Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII, houve o surgimento dos primeiros núcleos urbanos, bem como das noções iniciais de sociedade. Na contemporaneidade, entretanto, as cidades ainda não superaram problemas relacionados a sua organização e, nesse sentido, a violência urbana ganha destaque por apresentar anualmente índices assustadores. Assim, fatores de ordem histórica e social caracterizam o dilema vivido nas ruas brasileiras. De início, é importante pontuar o rápido processo de urbanização ocorrido no país. Em poucas décadas, o Brasil deixou de ser agrário e passo a viver majoritariamente nas cidades. Essa realidade, entretanto, não foi acompanhada pela melhoria de infraestrutura urbana e, assim, boa parte da população não tem acesso a emprego, saúde e moradia. Tal fator é apontado como um dos grandes causadores da violência nos núcleos urbanos brasileiros. Outrossim, tem-se as consequências ligadas à criminalidade nas ruas do país. Segundo Émile Durkheim, a sociedade atual funciona como um "corpo biológico" por depender do bom funcionamento de todas as suas partes. Nesse contexto, a violência urbana atrapalha o equilíbrio social e instaura o medo constante de se tornar vítima dessa realidade. Esse fator pode ser ratificado pela emergência de condomínios fechados, que promovem uma auto segregação do meio urbano. É notória, portanto, a influência de fatores históricos e sociais na problemática supracitada. Nesse viés, cabe aos governos municipais, com o auxílio do Estado, promover o planejamento urbano necessário para atender os cidadãos. Tal medida pode ser efetivada pela elaboração de projetos sociais voltados para a saúde e a moradia dos indivíduos. Paralelamente, as escolas, em parceria com as ONGs, devem realizar trabalhos de inclusão social. A ideia é, a partir de palestras, debates e ações nas ruas, conscientizar a juventude sobre a importância da educação e acerca de alternativas à criminalidade. Desse modo, será possível esperar um país menos violento e de acordo com os ideais de uma sociedade harmônica e coesa.