Enviada em: 12/04/2017

Violência urbana: raízes históricas e sociais   Desde o surgimento do Estado Moderno, pactuou-se que o uso da violência seria seu domínio restrito, e, em troca, garantiria a segurança do indivíduo. No entanto, o processo de êxodo rural intenso nas décadas de 1970 e 1990, o insuficiente investimento em segurança pública e educação e a, consequente, precária condição de vida nas comunidades do meio urbano contribuíram para o aparecimento de grandes núcleos de violência nas cidades brasileiras. Nesse sentido, em uma perspectiva de mudança, é imprescindível a promoção de infraestrutura e de apoio social aos municípios inseridos nessa realidade.   A forte industrialização do sudeste na segunda metade do século XX foi responsável por uma atração populacional de outras áreas do Brasil -principalmente o Nordeste. Essa forte onda migratória resultou em processo dinâmico de ocupação dos entornos das fábricas, resultando em um crescimento desordenado das cidades afetadas pela forte industrialização. Assim, o processo de inchaço urbano levou os imigrantes a ocuparem as margens da cidade, onde não havia nenhuma infraestrutura e nem uma significativa presença do Estado. Dessa forma, desse processo surgiram núcleos de violência, marcados pelo tráfico de drogas, o qual com força quase institucional domina as margens invisíveis à sociedade.   Ademais, cabe pontuar, ainda, que a pouca eficiência das instituições como a Escola e a Polícia nas comunidades de baixa renda representam um agravante para a questão. Pois, a falta de perspectiva de mobilidade social do jovem de classe baixa torna o tráfico de drogas um poderoso atrativo para suposta saída de uma vida de miséria. Além disso, a falta de segurança pública nesses locais colaboram para a manutenção desse poder da criminalidade, que vê nas comunidades ambientes livres para impor seu domínio. Visto isso, fica evidente que o resguardo de um lugar depende de aspectos culturais, econômicos, demográficos e da eficiência de suas instituições.   Segundo Pitágoras, é preciso educar as crianças para que não seja necessário punir os adultos. por isso, urge que o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, leve cultura e ensino de qualidade em horário integral, a fim de tirar as crianças da rua e, desse modo, da influência do tráfico. Somado a isso, cabe às secretarias de segurança, com apoio financeiro do governo estadual, levar maior policiamento às comunidades de baixa renda, juntamente com uma logística específica de pacificação e combate ao tráfico. Efetivadas essas ações, acredita-se na atenuação do desafio da violência urbana para a sociedade brasileira.