Segundo o filósofo Hobbes, compreende-se por estágio de natureza aquele no qual não há um Estado capaz de regular o agir humano e, por isso, tende a ser violento. No entanto, com o desenvolvimento das sociedades e a implementação dessa ideologia hobbesiana, percebe-se que a tal problemática é muito mais complexa. Dessa forma, para a análise da violência urbana é preciso, sobretudo, levar em consideração o contexto social atual. É necessário pontuar, de início, que o desemprego é um dos fatores responsáveis por tal questão. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, são mais de 13 milhões de desempregados no País. Nesse contexto, a falta de oportunidades leva a população a buscar outras formas de sobrevivência. Sendo a maior parte composta de jovens, muitos veem na marginalidade uma possibilidade, o que contribui para o aumento dos índices de violência nas grandes cidades, principalmente. Outro fator importante a se pontuar é a própria desigualdade social. Para o sociólogo Karl Marx, o segregacionismo social ( também conhecido como classes sociais ) existente nas sociedades motiva os enfrentamentos violentos entre as pessoas. Diante disso, e conforme o documento "Uma globalização justa", elaborado pela Organização da Nações Unidas em parceria com a Organização Internacional do Trabalho, o Brasil está entre os países mais desiguais do mundo, corroborando o porque da então realidade em que vive. Percebe-se, portanto, que a violência urbana está relacionada com os desiquilíbrios sociais da sociedade brasileira. Acabar com a violência exige do Governo mais investimentos em infraestrutura e indústrias, o que envolverá a contratação de milhares de pessoas e, consequentemente, permitirá melhores condições de vida à população. Some-se a isso a mobilização das escolas e da comunidade em campanhas a favor da não violência e desigualdade, em prol de mais segurança e bem estar para todos. Como afirmou o filósofo Rousseau:'' a união e a equidade entre os indivíduos é o primeiro passo rumo a um futuro melhor".