Enviada em: 12/10/2017

Conforme ponderou o eminente filósofo Thomas Hobbes, o homem é egoísta e tende a estar em guerra. Diante disso, fez-se necessária a abdicação dessas características e a criação de um contrato com o Estado para haver paz e segurança entre os homens. Assim, o Estado brasileiro convive com os motivos que ainda provocam a violência urbana. Nessa perspectiva, torna-se pertinente debater a prepotência na segurança pública e o colapso no sistema carcerário.   De início, é licito inferir o abuso de poder por parte de alguns funcionários da segurança pública. De acordo com o relatório da organização Anistia Internacional, os policiais brasileiros são os que mais matam no mundo, e isso se deve ao confronto entre bandidos e policiais, visto que a polícia tem uma organização e formação preparada para a guerra contra um inimigo interno e não para a proteção. Além disso, ao assassinar criminosos, os policiais geram sentimento de vingança entre os malfeitores, os quais querem vingar seus companheiros, o que leva a um ciclo de violência.  Ademais, é valido considerar o aumento da violência pela falta de reinserção do presidiário à vida em sociedade. Conforme pesquisa do Datafolha, o Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo. Esse cenário é corroborado pela falta de investimento do Governo em infraestrutura, mercado de trabalho e educação, uma vez que a falta desses fatores leva à marginalização dos indivíduos, os quais optam pela criminalidade para se sustentarem. Sendo assim, é visível a necessidade de implantar melhorias nesse sistema.  Com a finalidade de atenuar as problemáticas mencionadas anteriormente, é dever da Secretaria de Segurança e do Ministério Público agir com urgência. Esta deve promover maior capacitação de seus profissionais em políticas de segurança preventivas, como o policiamento e fiscalização em áreas de altas taxas criminais; aquele precisa investigar policiais suspeitos de execuções e puni-los. Consecutivamente, a Receita Federal tem de separar mais impostos destinados à educação, segurança e infraestrutura da sociedade, para abrir vagas de empregos à população. Afinal, como postulou o músico brasileiro Criolo em uma de suas canções, ainda há tempo.