Enviada em: 21/10/2017

"Um morto é uma tragédia, um milhão de mortos são só uma estatística". Com essas palavras, Joseph Stalin, ditador soviético, sintetizou a banalização do mal. Anos depois, no Brasil, devido aos altos índices de violência urbana, a criminalidade se tornou uma coisa normal, ou seja, não causa mais a indignação que deveria. Nesse sentido, a frequência alarmante de crimes nas cidades brasileiras é causada, principalmente, pelas falhas no sistema educacional e pela ineficiência da polícia.   Em primeiro plano, as escolas e universidades não valorizam suficientemente a educação moral. Nesse contexto, de acordo com Pitágoras, uma educação de qualidade inibe a necessidade de se punir os homens posteriormente. De fato, é uma função do sistema educacional disseminar valores morais como respeito à vida e à propriedade. Entretanto, devido à ênfase conteudista na educação, visando o mercado de trabalho, a transmissão desses princípios não recebe a atenção necessária.    Além disso, a polícia não recebe os treinamentos e investimentos necessários para desmantelar o crime organizado urbano. Com certeza, se o poder público investisse mais em treinamentos de inteligência e materiais físicos, operações ostensivas de inibição ao tráfico teriam mais sucesso, sem a frequente ocorrência de mortes acidentais. Infelizmente, devido a esse descaso do Estado, a violência urbana cresce de forma alarmante desde 1980, de acordo com a organização Mapa da Violência.      Torna-se evidente, portanto, que problemas na educação e a ineficácia das instituições policiais são os principais intensificadores da violência urbana no Brasil. Nesse sentido, o Ministério da Educação deve aumentar a transmissão de valores morais benéficos à vida em sociedade nas escolas, por meio de palestras com menores infratores reabilitados, a fim de estimular, a partir de uma perspectiva jovem, o respeito à vida. Além disso, as ONGs devem estimular a formação de conselhos de bairros, que pressionarão as Secretarias de Segurança, a fim de atender as demandas de diferentes áreas de forma especializada. Assim, a banalização da violência será característica apenas de um passado autoritário.