Enviada em: 26/10/2017

Hobbes acertou ao dizer que o homem é o lobo do homem. A violência e o medo de morrer por uma morte violenta recriam um novo estado de natureza. Nota-se que a ineficiência de políticas públicas de segurança, o desemprego e a marginalização contribuem para o aumento de atos de violência. Nesse sentido, a insegurança virou rotina para os brasileiros e medidas para reduzir esse cenário caótico são essenciais.         Em primeiro lugar, cabe ressaltar que a persistência da violência no Brasil é um problema estrutural, pois quase todas as prisões brasileiras estão com capacidade máxima ou acima do planejado, porém as taxas de homicídios, crimes sexuais e furtos continua a crescer. Em função disso, a população recorre cada vez mais ao enclaves fortificados e segurança privada para se proteger, pois a falta há falta de confiança no Estado. Assim, aumenta-se a segregação social e torna-se evidente a enorme desigualdade social no Brasil.       Em segundo lugar, é importante citar que a evasão escolar brasileira é muito alta, sendo, inclusive, um dos motivos que levou à Reforma do Ensino Médio. Nesse sentido, os jovens com baixa escolaridade são marginalizados da sociedade, pois dificilmente conseguem entrar no mercado de trabalho e acabam recorrendo, muitas vezes, ao crime para sobreviver. Além disso, crianças que crescem em ambientes violentos como, por exemplo, nas favelas, são fortemente influenciadas pelos bandidos devido a proximidade com a violência e ausência do poder público.       Em suma, a violência no Brasil é um desafio para o poder público e afeta diretamente o modo de vida da população. Portanto, é preciso reduzir a incidência e reincidência dos crimes. Nessa perspectiva, é essencial que o Governo Federal busque parcerias privadas para reinserir detentos e ex-detentos na sociedade, de forma a aumentar a ressocialização e evitar que os presos retornem ao mundo do crime. Também é essencial que o Ministério da Justiça e Segurança pública invista em um treinamento policial mais humanizado, adicionando ao treinamento trabalho voluntário nas comunidades, visando capacitar os profissionais para agir em sociedade e ao mesmo tempo melhorar as condições de vida e atuação policial nas áreas de maior vulnerabilidade. Destarte, é possível sair do estado de natureza que o Brasil se encontra.