Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A perturbação do sossego e a ausência de empatia com o próximo”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Redução das Desigualdades
Apesar de não ser um fenômeno novo, a desigualdade social é um problema que vem avançando pelo mundo. Diminuir a distância entre as pessoas mais ricas e as mais pobres é crucial quando nos propomos a criar um mundo mais justo e igualitário, em que todas as pessoas possam ter as mesmas oportunidades. Por isso, a redução das desigualdades é o décimo item da lista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas.
Quando falamos em desigualdade social, estamos falando também sobre a concentração de renda. Existe um padrão de medida criado pelo matemático e estatístico italiano Conrado Gini, chamado coeficiente de Gini, que mede a desigualdade em um determinado local. O índice de Gini é expresso por um número que varia de zero a um, sendo zero o marco da ausência de desigualdade de renda, enquanto o número 1
representa o máximo possível dela. Ou seja, quanto mais próximo de 1, mais o dinheiro está concentrado na mão de uma minoria de pessoas, enquanto uma grande maioria continua na pobreza.
Podemos observar que – com exceções, como o caso dos Estados Unidos – a maioria dos países que registram uma grande disparidade entre as pessoas mais ricas e mais pobres também têm os piores resultados no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Isso acontece porque o problema da desigualdade tem raízes muito profundas e afeta a sociedade de diversas maneiras. A desigualdade pode aprofundar a pobreza extrema e os índices de violência de certas regiões, por exemplo.
Disponível em: : <https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/reducao-das-desigualdades/>
TEXTO II
Entenda por que o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e como podemos
combater a desigualdade social
A desigualdade social é um fenômeno complexo e preocupante que afeta diversas sociedades ao redor do mundo. Ela se manifesta por meio de disparidades econômicas, educacionais, de acesso à saúde, oportunidades de emprego e outros recursos essenciais.
Segundo o Relatório sobre as Desigualdades Mundiais, realizado pelo World Inequality Lab, os 10% mais ricos detêm 52% da renda mundial, enquanto os 50% mais pobres possuem apenas 8,5% do total. Essa disparidade se acentua ainda mais quando consideramos o patrimônio: a metade mais pobre controla apenas 2% da riqueza global, enquanto os 10% mais abastados detêm 76% da fortuna mundial.
Além disso, a ONU estima que 1,3 bilhão de pessoas vivam em condições de pobreza, sendo mulheres e grupos étnicos os mais afetados. Esses números impactantes destacam a necessidade de uma abordagem efetiva para enfrentar a desigualdade social e buscar um mundo mais equitativo.
Como medir a desigualdade social de um país?
Existem várias métricas utilizadas para medir a desigualdade social em um país. Algumas delas:
1. Índice de Gini: O índice de Gini é uma das medidas mais comuns para avaliar a desigualdade de renda em um país. Ele varia de 0 a 1, sendo 0 indicativo de total igualdade e 1 indicativo de total desigualdade. Quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade de renda. O índice de Gini é calculado com base na distribuição de renda entre os indivíduos de um país, levando em conta a concentração de renda nos estratos mais altos.
2. Índice de Palma: O coeficiente de Palma é uma medida semelhante ao índice de Gini, mas que se concentra nas desigualdades extremas de renda. Ele compara a parcela de renda dos 10% mais ricos da população com a parcela de renda dos 40% mais pobres. Quanto maior o coeficiente, maior é a desigualdade entre esses grupos.
3. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): Embora o IDH seja uma medida mais ampla do desenvolvimento humano em um país, ele também inclui um componente de desigualdade. O IDH mede a expectativa de vida, a educação e o PIB per capita, enquanto o índice de desigualdade do IDH (IDH-D) considera as disparidades na distribuição de cada um desses componentes. O índice é medido por meio de uma referência numérica que varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de zero, menores são as condições de saúde, educação e renda.
Além dessas métricas, outras medidas podem ser utilizadas para avaliar a desigualdade social – como a taxa de pobreza, a taxa de desemprego e a disparidade na distribuição de recursos básicos (acesso à saúde, educação e moradia, entre outros)
A desigualdade social no Brasil
O Brasil é conhecido por ser um dos países mais desiguais do mundo, com uma distribuição de renda profundamente desigual e disparidades socioeconômicas significativas entre regiões. Diversos dados e indicadores comprovam essa realidade.
O IDH do Brasil varia atualmente entre 0,7 e 0,8, classificado como alto. No entanto, é importante considerar as disparidades regionais. Por exemplo, o IDH dos estados mais ricos, como São Paulo e Santa Catarina, é significativamente maior do que o IDH de estados mais pobres, como Maranhão e Alagoas. Essa diferença reflete as desigualdades socioeconômicas entre as regiões.
O coeficiente de Gini do Brasil é de 0,489, de acordo com o relatório do PNUD de 2022, indicando uma grande desigualdade de renda. Segundo o IBGE, 62,5 milhões de pessoas no Brasil vivem abaixo da linha de pobreza, o que corresponde a 29,4% da população total.
Entre elas, são 17,9 milhões estão em condições de extrema pobreza (8,4% dos cidadãos)
Segundo relatório divulgado pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) em 2019, somos o sétimo país mais desigual do mundo – atrás apenas dos africanos África do Sul, Namíbia, Zâmbia, República Centro-Africana, Lesoto e Moçambique.
Já o relatório World Inequality Lab (Laboratório das Desigualdades Mundiais), de 2021, realizado em colaboração por mais de 100 pesquisadores de diversos países, coloca o Brasil como o segundo país mais desigual do mundo entre os membros do G20 (atrás apenas da África do Sul). O documento afirma que a discrepância de renda no país “é marcada por níveis extremos há muito tempo”.
Disponível em: <: https://confluentes.org.br/2023/06/01/entenda-por-que-o-brasil-e-um-dos-paises-mais-desiguais-domundo-e-como-podemos-combater-a-desigualdade-social/#:~:text=Segundo%20o%20Relat%C3%B3rio%20sobre%20as,8%2C5%25%20do%20total.>.




