A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Impactos da transposição no Rio São Francisco”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Diante da escassez de água em algumas partes do mundo, diversas estratégias foram criadas para garantir o acesso da população a esse recurso. Dentre essas estratégias, destaca-se a transposição de rios, que possui como objetivo principal levar água de um lugar rico para outro pobre nesse recurso.
A transposição de rios é realizada desde a Antiguidade, porém tem se intensificado hoje em dia em razão da falta de água para a população e para os animais. Apesar de a ideia parecer simples e justificável, os danos ambientais causados pela transferência de água de uma região para outra são imensos.
Dentre os impactos ambientais mais significativos, podemos citar o desmatamento. De uma maneira geral, as obras de transposição são grandes e ocupam diversos hectares de terra para o andamento do projeto. Essa destruição da fauna e flora resultante do desmatamento causa um enorme impacto ambiental, podendo acelerar o processo de extinção de muitas espécies.
Além de matar várias espécies, a transposição acaba impedindo a migração de alguns animais entre ambientes, que até então eram bem preservados. Apesar de a maioria das obras prever a realização de pontos de ligação entre um ambiente e outro, muitas vezes essa alternativa acaba não sendo viável, levando a uma redução da biodiversidade.
A destruição de habitat provocada pelo desmatamento pode colocar em risco também a saúde de uma população, uma vez espécies saem dos seus locais de origem e podem invadir a casa dos moradores daquelas áreas. Aranhas, cobras e escorpiões, por exemplo, podem provocar sérios acidentes ao procurarem nova moradia.
O desmatamento também pode agravar o problema da desertificação em algumas áreas. Esse é um ponto muito debatido por pesquisadores que analisam a Transposição do Rio São Francisco, uma vez que existem áreas onde esse processo está bastante avançado. Nesses pontos, é impossível plantar espécies nativas, o que dificulta os planos do governo de minimização dos impactos ambientais.
A transposição de rios também favorece o surgimento de processos erosivos, principalmente em áreas que já sofrem com a desertificação, como é o caso do Nordeste brasileiro.
As comunidades biológicas aquáticas também são afetadas pela mudança do curso dos rios, principalmente as das bacias receptoras. Normalmente, espera-se que haja uma modificação de toda a composição dessas comunidades e uma diminuição do número de espécies. O risco decorrente da introdução de espécies exóticas também é um ponto a ser analisado.
A poluição também está entre os problemas ambientais decorrentes da transposição de rios. Os novos canais atraem a população e indústrias, que acabam lançando dejetos na água, provocando a poluição.
Além de todos os impactos ambientais negativos gerados por essas obras, os projetos de transposição afetam também a vida social de toda a população dessas áreas e nem sempre de uma maneira benéfica. Sendo assim, é fundamental que a população conheça bem as obras de transposição e analisem todos os impactos que elas causarão em suas vidas e no meio ambiente.
Por Ma. Vanessa dos Santos
Disponível em: SANTOS, Vanessa Sardinha dos. “Impactos ambientais da transposição de rios”; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/biologia/impactos-ambientais-transposicao-rios.htm>. Acesso em 10 de abril de 2017.
VEJA EXEMPLOS DE REDAÇÃO DO TEMA
TEXTO II
Comunidades atingidas debatem impactos da transposição do São Francisco
Mulheres, quilombolas, indígenas, pequenos agricultores, além de pesquisadores em saúde e membros da comunidade acadêmica participam do encontro
Representantes de diversas comunidades atingidas pelos canais do projeto de transposição do rio São Francisco cinco estados nordestinos reúnem-se hoje e amanhã no Recife, no auditório da Fiocruz Pernambuco. Mulheres, quilombolas, indígenas e pequenos agricultores, além de pesquisadores em saúde e membros da comunidade acadêmica, irão discutir formas de enfrentamento da nova realidade a partir da obra.
O evento faz parte de uma pesquisa ecossistêmica desenvolvida desde 2012 junto às populações vulnerabilizadas nos territórios de abrangência do Projeto de Integração do Rio São Francisco. O estudo é coordenado pelo pesquisador André Monteiro, do Departamento de Saúde Coletiva da Fiocruz PE. “Investigamos desde alterações nas condições de vida, de habitação, na dimensão cultural, na gestão da água, assim como, obviamente, nos aspectos da saúde desses grupos vulneráveis. O que encontramos foi uma série de problemas”, explicou Monteiro.
Disponível em: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2017/03/28/interna_vidaurbana,696192/comunidades-atingidas-debatem-os-impactos-da-transposicao-do-rio-sao-f.shtml (Adaptado) Acesso em 10 abril 2017
TEXTO III
Diponível em: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/03/1867771-em-meio-a-maior-seca-transposicao-do-rio-sao-francisco-divide-nordestinos.shtml Acesso em 10 abril 2017
TEXTO IV
Segundo o EIA; estudos de Impacto Ambiental alguns dos principais benefícios que está obra irá trazer, são a Segurança Hidrica; já que a oferta de água irá aumentar nas regiões mais secas do pais, e a perda de água com a evaporação dela nos reservatórios será diminuída, o que leva a um maior abastecimento das zonas afetadas, principalmente a zona rural o que provocaria um aumento na produção alimentícia, queda significativa na morte dos rebanhos e acabaria com a baixa produtividade no campo.
As águas do Rio São Francisco apresentam uma qualidade muito superior àquelas existentes nas bacias receptoras atuais, sendo que estas bacias, ao apresentarem água de melhor qualidade, ajudarão a diminuir o número de doenças ligadas ao consumo de água contaminada ou imprópria para consumo humano, e aquelas ligadas também à falta de água tal qual a desidratação, que pode levar a morte de milhares de crianças e idosos – parcela mais frágil da população, bem como dos animais.
O EIA prevê que até 2025, uma região equivalente a mais de 160 mil campos de futebol, ou 1.142.400.000 km² (um bilhão, cento e quarenta e dois milhões e quatrocentos mil metros quadrados) seja irrigada, abastecendo até 12.4 milhões de pessoas, que poderão produzir mais girando a roda da economia, aumentando o número de empregos nas regiões beneficiadas.
A obra por si só, que deveria durar 4 anos, porém já dura bem mais do que isso, emprega hoje, direta e indiretamente mais de 11 mil pessoas, um número pequeno se comparado aos beneficiados pela transposição do rio, porém bastante significativo no que tange à movimentação econômica da região onde esses trabalhadores se instalam.
Disponível em: https://carocra.jusbrasil.com.br/artigos/147309365/a-transposicao-do-rio-sao-francisco-aspectos-polemicos-e-juridicos Acesso em 10 abril 2017
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Bons estudos!