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Enviada em: 29/04/2019

Maquiavel teorizou, em sua obra "O príncipe", que o bom governante deve tomar todas as medidas necessárias para a obtenção da ordem. No atual cenário brasileiro, entretanto, ao ignorar as raízes históricas do tráfico e as condições psicológicas que levam os indivíduos a se tornarem usuários, o Estado executa uma ineficaz política anti-drogas, que não estabelece a ordem no país.       Em primeiro lugar, a desigualdade social leva muitos jovens das periferias à fazerem parte do tráfico de drogas. No documentário "Falcão: meninos do tráfico", são diversos os relatos de pessoas que entraram na criminalidade por não verem outra forma de ascensão social . Assim, mais do que medidas punitivas, são necessárias políticas que atuem na reinserção social dessa parte da população, diminuindo a entrada de novas pessoas ao tráfico, levando progressivamente ao seu fim.       Além disso, os usuários de drogas não devem ser vistos como criminosos mas sim como dependentes químicos. A série Skins, por exemplo, mostra como muitos jovens iniciam o consumo de drogas como meio de se inserir em determinados grupos, ou até mesmo como válvula de escape para problemas pessoais. Porém, na realidade nacional, o vício muitas vezes não é tratado como problema psicológico, pois pessoas de baixa renda sofrem com o preconceito e muitas vezes são encarados como traficantes pelos policiais, que tomam medidas repressivas.      Dessa forma, é essencial que a política anti-drogas mude seu caráter punitivo para o humanitário. Visando aumentar as oportunidades dos jovens de baixa renda, o Ministério da Educação deve fornecer subsídios ficais para a criação e manutenção de institutos federais de ensino médio  e técnico em periferias, de modo a ampliar suas possibilidades de ascensão social. Além disso, o Ministério da Saúde deve disponibilizar o tratamento psicológico efetivo em escolas públicas e criar Centros de Reabilitação, além de elaborar campanhas conscientizadoras que tirem a imagem preconceituosa que associa o usuário pobre ao tráfico de drogas. como projetos educacionais que possibilitem a entrada em faculdades ou cursos profissionalizantes,  a possibilidade de uma melhor remuneração no mercado de trabalho.