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Enviada em: 04/06/2019

Guerra não é solução  Na série "Breaking Bad", Walter White é um químico que fabrica metanfetamina, por conta do grande lucro gerado. Essa ficção é comparável aos reflexos da guerra contra as drogas no Brasil , visto que a proibição das substâncias faz com que pequenos produtores surjam. Esse conflito, com objetivo de banir, é uma luta perdida, pois a demanda se mantém constante e os lucros são altos. Nesse sentido, é importante que o foco da luta seja mudado, pois se o comércio de entorpecentes é inevitável, políticas voltadas ao tratamento das pessoas que compõem a demanda seriam mais eficazes.  O tráfico de drogas no Brasil, nesse contexto, é um grande problema mesmo com a proibição dos estupefacientes, pois a produção desses é inevitável. Esse mercado gera grandes lucros, o que garante sua autossustentabilidade e, se os grandes produtores são prejudicados, novos surgem para suprir a demanda. Além disso, os consumidores de substâncias ilícitas estão dispostos a gastar dinheiro  com isso deliberadamente a fim de sustentar seus vícios,  uma doença admitida erroneamente como crime.  De fato, os problemas não se limitam ao comércio de entorpecentes em si, mas são constituídos, em grande parcela, de seus efeitos. Sob essa ótica, evidencia-se a ligação do vício com a saúde pública, visto que este é uma doença e pode, de modo mais indireto, estimular a propagação de outras, como o HIV. Foi diante desse mal que a Suíça instalou clínicas de uso controlado de drogas, nas quais os pacientes podem fazer o uso destas sob boas condições humanas e com supervisão médica. A medida diminuiu pela metade os casos de HIV, além de diminuir a violência urbana.  Políticas de voltadas a lidar com o transtorno relacionados aos estupefacientes, por conseguinte, mostram-se mais eficazes do que aquelas a fim de banir o comércio desses. Assim, faz-se necessária a regulamentação do mercado de drogas através da legislação, para que haja maior controle da nocividade das substâncias. Além disso, faz-se mister o tratamento adequado de dependentes químicos, através da instalação de postos de uso supervisionado das substâncias, por meio da implementação dessas estruturas pelos governos estaduais. Através disso, a guerra contra as drogas não será mais necessária, mas seus objetivos serão atingidos com eficiência.