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Enviada em: 04/08/2019

Questão de saúde       Estima-se que 5,7% dos brasileiros sejam dependentes de substâncias ilícitas, de acordo com o Levantamento Nacional de Famílias dos Dependentes Químicos (Lenad Família), feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e divulgado em 2013. Somado a isso, a política antidrogas brasileira é ineficaz e possui o efeito contrário, haja vista que trata o problema como periférico, além de tratar o doente como criminoso. Além da violência gerada devido a "guerra contra as drogas", afeta a saúde do indivíduo e o equilíbrio da sociedade brasileira.       Em primeiro lugar, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman caracterizou a hodiernidade como uma modernidade líquida, a qual as relações sociais, assim como os objetos, não são duráveis. Dessa forma, a sociedade se vê cercada por desilusões e as drogas tornam-se um escapismo por proporcionarem alteração na percepção da realidade, mascarando em um período de tempo o pessimismo daquela. Logo, o próprio meio o qual o indivíduo vive o prejudica no tratamento dos vícios. Além disso, o tabu gerado sobre as substâncias ilícitas cria uma certa ignorância sobre os reais efeitos destas, o que proporciona uma curiosidade nos jovens.     Em segundo lugar, ao mesmo tempo que algumas substâncias são criminalizadas, outras são amplamente aceitas socialmente, apesar de serem similarmente nocivas a saúde devido a dependência, como se observa no caso do álcool, que pode causar cirrose, epilepsia, envenenamento e diferentes tipos de câncer. Contudo, o Estado deve tratar o vício em tóxicos, majoritariamente, como questão de saúde e não criminal, haja vista que a última não trata a causa, e sim a consequência. Outrossim, com a legalização das drogas, haverá uma regulamentação, limitando o acesso de menores de idade, além de promover maior segurança ao usuário, que não deverá mais recorrer as "bocas de fumo" em busca da droga.        É necessário, portanto, reforçar as políticas para o tratamento de usuários de substâncias ilícitas e lícitas. Assim, o Governo Federal deve ampliar as redes de tratamento do Sistema Único de Saúde (SUS) conhecidas como Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Ademais, estas devem atender a todas as regiões nacionais. Desta forma, auxiliará um maior número de dependentes químicos ao facilitar o acesso destes ao tratamento. Por outro lado, ampliar o acesso a programas de desintoxicação e terapias com e sem medicação ampliaria os casos de recuperação. Ainda mais, o aumento de propagandas, informando sobre a existência dessas políticas motivaria ainda mais a procura por estes serviços oferecidos.