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Enviada em: 05/08/2019

O fracasso da política antidrogas brasileira devido a sua não multidisciplinaridade. Segundo a Constituição Brasileira de 1988 a saúde é um direito de todos e um dever do Estado. Ao longo da história o conceito de saúde foi amplamente discutido, atualmente o mesmo é entendido como bem estar físico, psicológico e social. Um dos grandes problemas que afetam essa definição são as drogas. Elas afetam o todas as áreas da vida dos indivíduos, e assim como o entendimento de saúde se ampliou ao longo das décadas é de suma importância que a política antidrogas também seja multidisciplinar. A mesma é pouco eficiente por dar grande enfase às questões criminais e pouco foco às sociais, fisiológicas e psicológicas. Assim, é necessário que esse conjunto de medidas seja repensado por toda à sociedade para que a eficiência seja aumentada.   É importante considerar, de início, que a Lei de Drogas ( Lei 11.343/06) eliminou teoricamente a prisão de usuários e dependentes. Todavia, não estabeleceu parâmetros para diferenciar os mesmos de traficantes, os policias devem decidir em qual categoria um indivíduo se enquadra ao autuá-lo com drogas. Com isso, o número de pessoas presas por tráfico, segundo reportagem publicada pela Revista Exame em Fevereiro de 2018, aumentou nos últimos anos. Logo, é possível concluir que a política antidrogas brasileira é pouco eficiente.   É válido salientar, ainda, que o Uruguai após regulamentar o uso da maconha obteve considerável diminuição no tráfico de drogas. Portanto, é perceptível que criminalizar cada vez mais o uso de entorpecentes não é eficiente para a redução do número de usuários e traficantes, o uso de substâncias alucinógenas é milenar e está presente em muitas sociedades, o que muda de um cenário para o outro é o contexto social. No Brasil, por exemplo, diversas pessoas enxergam nas drogas um momento de lazer e fuga da realidade de injustiças, falta de oportunidades, pobreza e preconceito.    Em suma, é coerente concluir que as drogas não são a causa dos problemas sociais, todavia é uma consequência de desigualdades. Por tanto, o Estado deve atribuir mais a questão da drogadicção à Saúde Pública e para isso precisa contratar mais profissionais para o Sistema Único de Saúde (SUS) e promover boas condições de trabalho para os mesmo. Além disso, campanhas de redução de danos precisam ser realizadas periodicamente com os usuários. Também é necessário que a Lei de Drogas seja melhor reformulada pelo Ministério da Justiça para que equívocos sejam evitados. E ao Ministério da Educação fica o encargo de incluir debates sobre as drogas no currículo dos estudantes para que o assunto deixe de ser um tabu. E, por último, o Estado deve investir mais em educação, saúde e cultura, pois a decadência dessas áreas são os reais causadores do problema nacional com as drogas.