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Enviada em: 11/03/2018

Os altos índices de criminalidade expõem a ineficiência do Brasil no combate às drogas. Contudo, as políticas empregadas nesse problema são extremamente positivas no sentido popular, isto é, recebem a aprovação de uma massa acrítica que acredita ser o caminho do extermínio o mais sensato para esse tipo de situação e ignora o fato de que tais poderes paraestatais surgem no quintal do Estado.     Desse modo, é possível retomar um conceito de Caio Prado Júnior para entender a dinâmica social supracitada. Em linhas gerais, esse historiador fala do caráter empresarial da colonização brasileira, onde os portugueses se instalaram aqui visando apenas o lucro e traçando o Brasil como mero exportador, fato que ainda ocorre hoje e pode ser espelhado para a escala micro do narcotráfico ao entender que a periferia exporta o que o centro consome e subsidia.     Logo, é possível notar que o organograma do tráfico de drogas transcende os limites das favelas e demonstra a magnitude desse poder paralelo que tende a se renovar cada vez que circos midiáticos como a intervenção militar no Rio de Janeiro atacam os soldados pais descartáveis dessa organização e deixam os verdadeiros chefes à solta.     Outrossim, a fraca educação pública também contribui para o avanço do narcotráfico, como afirma Luiz Felipe Pondé, ao dizer que o caminho mais sensato para a reestruturação da segurança pública é o investimento educacional, mas que isso não é feito por não gerar tantos votos. Assim, vê-se mais uma ausência do Estado que dá margem aos poderes paraestatais.      Urge, portanto, a necessidade de uma mudança na mentalidade e no modo de operação do Governo diante das drogas. Logo, o Ministério da Segurança Pública deve agir no sentido de capacitar os agentes públicos na área da inteligência, para que dessa forma seja alcançada uma maneira eficaz de detecção das forças que mantém essa gigantesca rede que assombra o país e não apenas dos operadores que puxam o gatilho. Então, essas medidas aliadas ao avanço da educação nas áreas periféricas trarão um cenário de paz ao Brasil.