Enviada em: 03/05/2018

Uma das mais complexas e pertinentes problemáticas da realidade brasileira é o consumo de drogas ilícitas e tudo que isso acarreta. Essa questão atingiu os atuais números estatísticos alarmantes também porque o Poder Público ao invés de tratar as motivações, lida através de uma abordagem ineficaz com os efeitos.       O consumo de drogas é um assunto de saúde, não de segurança pública. A prática do uso de entorpecentes está intimamente relacionada com questões psico-sociais que permeiam a realidade do usuário. Nessa perspectiva, em meio a uma sociedade marcada pela liquidez moderna que apresenta uma fragilidade das relações, teoria do Sociólogo Bauman, e também pelo aumento exponencial dos índices de depressão e ansiedade, tornam-se evidentes fatores que podem levar ao aumento da utilização de drogas.       No entanto,as políticas antidrogas brasileiras focam, e de maneira incorreta, mais nas consequências desse quadro social. A ineficácia do combate a um dos resultados do problema em questão, a criminalidade, é reflexo de um conjunto de características brasileiras negativas , tais quais a tradicional impunidade de pessoas de grande poder aquisitivo e influentes, já que esse é o verdadeiro perfil dos chefes do tráfico, não o esteriótipo arraigado de preconceito presente no imaginário popular. Assim, nota-se quantas questões são intrínsecas a esse problema nacional tão complexo.         São necessárias, portanto, medidas para aumentar a eficiência da política antidrogas brasileira. Para isso, é de fundamental importância que o Ministério da Saúde amplie programas que deem suporte à saúde mental dos brasileiros, através da disponibilização de um maior número de psicólogos atendendo em rede pública, para que assim determinados problemas não sirvam de chave para uso de drogas. Soma-se a isso, maiores investimentos na Polícia Federal, a fim de que esse órgão investigue de maneira mais efetiva grandes redes de tráfico de drogas nacionais e assim possam chegar aos traficantes do topo da cadeia.