Materiais:
Enviada em: 26/06/2018

No Brasil, atualmente, observa-se um espantoso fato: O índice de jovens desempregados é muito alto. Porém, além de constatar essa realidade é preciso atentar-se às suas causas, tais como a incapacidade do Estado em oferecer um projeto educacional consoante às aspirações e aptidões da juventude. Além da ineficiência do mercado de trabalho no que tange à incorporação desses jovens de maneira digna.      Sob a perspectiva existencialista de Sartre, a pré destinação é uma falácia, sendo assim, a natureza individual é a consequência do encadeamento de experiências vividas pelo indivíduo. Portanto, de acordo com o pensamento existencialista, pode-se considerar as diferenças que caracterizam as gerações como o efeito das transformações materiais na vida da população jovem. Dessa forma, o acesso à internet e às outras tecnologias modernas subservientes a essa, possibilitou aos jovens uma formação espontânea sobre questões relativas à essa realidade. Entretanto, apesar das mudanças geradas pelas novas tecnologias, o modelo educacional permanece, muitas vezes, estático e portanto, antiquado. Para que os jovens estejam aptos ao ingresso digno no mercado é preciso desenvolver suas aptidões naturais, resultantes, segundo Sartre, da suas experiências, que quase sempre estão associadas à internet.    Além disso, as contradições evidentes na lógica do mercado de trabalho brasileiro apontam para um cenário desolador que remete ao século XIX. A polarização, logo a desigualdade acirrada, presente nos perfis dos profissionais que o mercado aspira atualmente são semelhantes aos do contexto da primeira revolução industrial na Inglaterra. Ou seja, o perfil dos profissionais oscila, sem intermediários, entre uma mão de obra extremamente qualificada e uma mão de obra barata e descartável. Assim, o perfil do jovem brasileiro, que situa-se, constantemente, no intermédio desses perfis, é negligenciado pelo mercado resultando no agravamento do desemprego.     Portanto, o jovem do século XXI precisa ter á sua disposição um ambiente escolar propício à sua realidade e que o prepare para o mercado. Dessa maneira, o Ministério da Educação deve estabelecer um projeto educacional com alicerces nas tecnologias modernas, utilizando plataformas online. Também, deve-se incorporar à grade de horários aulas de informática e programação. Além disso, é necessário um esforço em conjunto da União, das federações e dos municípios, para abranger todos os níveis escolares, afim de traçar um perfil genuíno das novas gerações, por exemplo descobrir quais suas aspirações e aptidões, e construir, dessa forma, uma formação adaptada aos modelos atuais, afinal como pensa Sartre, a existência prece a essência.