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Enviada em: 10/08/2018

O célebre livro "Admirável Mundo Novo", escrito pelo inglês Aldous Huxley, retrata uma sociedade organizada na qual todos os indivíduos possuem empregos. Contudo, hodiernamente, é incontrovertível que o cenário é diferente e que a juventude encontra imbróglios no que tange à sua inserção no ramo laboral. Dessa forma, devido à inexperiência de muitos jovens e insuficiências do ensino brasileiro, a problemática instala-se.     Primordialmente, convém inferir que o conhecimento empírico é uma das maiores exigências durante as contratações. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 70% dos desempregados no Brasil têm entre 18 e 34 anos. Dessarte, é válido ressaltar que a população dessa faixa etária é normalmente constituída por indivíduos recém-formados que possuem contato nulo com o mercado de trabalho. Assim sendo, é comum empresas preferirem contratar pessoas mais velhas que estão no mercado há mais tempo, mesmo que possuam pouco grau de escolaridade, objetivando aumentar sua produção. Logo, a problemática é agravada e muitos indivíduos encontram-se fadados à ociosidade e desistência em procurarem maiores qualificações.     Ademais, é possível destacar a defasagem do ensino nas escolas brasileiras que não preparam os jovens para o mercado de trabalho. O fordismo, modelo de produção vigente no limiar do século XX, caracteriza-se por ensinar aos indivíduos a reprodução de funções em apenas um setor, desconsiderando outras funcionalidades. Analogamente, a situação das escolas brasileiras é a mesma, principalmente quando toda sua grade curricular é baseada em disciplinas que muitas vezes estão longe da realidade dos alunos e não os preparam para o mercado de trabalho vigente. Dessa maneira, a juventude hodierna desencoraja-se e acaba recorrendo às práticas ilícitas em busca de sobrevivência e piorando o quadro social.       Portanto, torna-se clarividente a necessidade de mudanças na conjuntura fatual. É impreterível que o Ministério do Trabalho promova políticas públicas de incentivo e capacitação de jovens em cada estado brasileiro buscando treiná-los para o mercado. Assim sendo, o poder público indicaria os indivíduos capacitados às empresas propiciando sua inserção no ramo laboral e promovendo o conhecimento empírico antes exigido. Não obstante, o Ministério da Educação juntamente com a SNJ (Secretaria Nacional de Juventude) devem incorporar nas escolas brasileiras aulas voltadas ao preparo laboral dos jovens. Tais medidas seriam efetivadas com a instrução de especialistas da área assegurando a aptidão e conhecimentos necessários aos alunos. Dessa forma, a sociedade de Aldous Huxley não seria tão utópica e o impasse resolvido a longo prazo.