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Enviada em: 02/07/2018

O capitalismo é regido pela compra e venda da força de trabalho, de acordo com o ideário marxiano. Seguindo essa linha, o trabalhador vende seu ofício em troca do salário e, assim, mantém-se a economia dinâmica. Contudo, no Brasil atual, observa-se que existem vagas disponíveis e jovens desempregados, conturbando o crescimento do país. Desse modo, o certo é que as dificuldades dessa fatia demográfica em ingressarem nos empregos se constituem em fatores políticos e sociais.     Primordialmente, esse problema tem na esfera política com a omissão do Poder Público a causa preponderante. Embora haja dispositivos legais, como a Lei do Aprendiz, que garantam a entrada dos menores aos trabalhos, esses programas não foram efetivados. Excesso de burocracia, falta de fiscalização e de punição àqueles que descumprirem a lei marcam a carência de políticas. Ademais, a metodologia de ensino nas escolas é arcaica por ser conteudista e não valoriza a utilidade prática no cotidiano e competências emocionais, tornando o recém formado inapto a jornadas trabalhistas.       Sob outro ângulo, é possível ainda analisar esse panorama no âmbito social com visões culturais errôneas. Isso porque, associando noções deterministas, é perceptível que preconceitos estão arraigados na mentalidade- de grande parte- dos indivíduos, como a de que os jovens, por serem inexperientes, são incapazes de lidar com situações conflituosas. Nesse âmbito, vale salientar que conforme o escritor Gilberto Freyre afirmou, a educação sem um fim social é a maior das futilidades, é fundamental que haja um processo de conscientização para mudar os valores culturais.        Além disso, é preciso reconhecer as consequências dos fatos supracitados. Para a parcela juvenil, ressalta-se que ela será obrigada a entrar no mercado informal para garantir uma fonte de sustento, perdendo direitos conquistados na Era Vargas, como a carteira assinada e o décimo terceiro salário. Quanto ao Estado, com a menor arrecadação de tributos, reduz-se o orçamento dos serviços públicos e o dinamismo econômico é prejudicado, impactando negativamente a sociedade como um todo.         Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Por isso, cabe ao Ministério da Educação, através de uma parceria com o setor privado, investir maciça e regularmente em escolas com conteúdos que tenham aplicações no dia a dia, com a utilização de tecnologias, resolução de problemas, implantação de cursos técnicos e de psicólogos para trabalhar com questões emocionais, visando tornar o jovem qualificado e mentalmente equilibrado. Outrossim, as polícias precisam fiscalizar constantemente e punir com multas exemplares àqueles que descumprirem a Lei do Aprendiz, com o fito de combater a impunidade. Também é essencial que as mídias realizem projetos, campanhas e debates que mostrem a importância econômica e social da empregabilidade da fatia juvenil.