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Enviada em: 08/07/2018

A Terceira Revolução Industrial, marcada pela obsolescência programada e pela terceirização dos serviços, caracterizou-se por optar, preferencialmente, por trabalhadores com alta qualificação profissional. Com efeito, a modernização do trabalho trouxe impactos para a atual configuração juvenil no que tange ao ingresso no mercado de trabalho, haja vista que os jovens enfrentam o impasse da conciliação dos estudos com a vida laboral, além da não formação acadêmica, por isso tal cenário deve ser reavaliado e necessita de medidas interventoras.    Em primeira análise, é mister a compreensão de que as exigências empresariais não são ideais aos jovens. Nesse sentido, é notório que a carga horária dos adolescentes precisa ser reduzida, ao comparada a de um trabalhador adulto, para que eles possam ter um eficaz desenvolvimento escolar. Dessa forma, esse requisito dificulta a seleção de estudantes em entrevistas de emprego. Além disso, a falta de experiência em empregos formais, para quem está à procura da primeira ocupação, é prejudicial a produtividade empresarial. Com isso, o desemprego juvenil continua ascendente.    Ademais, não há como negar que os jovens buscam a satisfação íntima com o ambiente de trabalho. Em decorrência disso, a realização pessoal precisa estar em concomitância com as atividades da instituição contratante. Desse modo, tais condições agravam o empecilho, como comprovam as pesquisas do IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - as quais revelam que o desemprego entre jovens é três vezes maior do que entre adultos. Nada disso, porém, seria tão prejudicial a movimentação da economia e ao corpo social se novos mecanismos fossem implementados.     Fica clara, portanto, a necessidade de políticas públicas que auxiliem os adolescentes em sua jornada de inserção laboral. Para tal objetivo, as escolas, com apoio do Ministério da Educação, devem investir na ampliação de cursos técnicos extracurriculares, que envolvam diversas áreas do conhecimento, a fim de permitir o contato entre estudantes e a experiência. Em consonância, o Ministério do Trabalho tem de estabelecer cotas mínimas para o emprego de jovens em corporações qualificadas, para que os benefícios das revoluções industriais continuem a multiplicar-se.