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Enviada em: 19/07/2018

Falta de fiscalização. Educação inadequada. Recessão econômica. Os entraves para a inserção do jovens no mercado de trabalho no Brasil são diversos e refletem a ineficácia das políticas púbicas de incentivo trabalhista juvenil, bem como o distanciamento das instituições de ensino das empresas no país, o que reduz as contratações dessa parcela social pelo setor produtivo.       Diante disso, é indubitável que as questões legais e sua aplicação estejam entre as causas dessa problemática. Segundo Aristóteles, a política deve ser usada para alcançar a igualdade no corpo social. De maneira análoga, observa-se que, no Brasil, tal ideal não é praticado, haja vista que, embora asseguradas pela Lei da Aprendizagem há dezoito anos, as admissões e a qualificação dos jovens (de 16 a 24 anos) pelas empresas de médio e grande porte no país não são devidamente fiscalizados pelo poder público, o que contribui para o descumprimento da legislação - apenas um terço das vagas para a juventude brasileira foram preenchidas em 2016, segundo o Ministério do Trabalho - e para a redução desses no setor empregatício.        Outrossim, a formação educacional inadequada para o exercício profissional no Brasil agrava tal quadro. De acordo com os filósofos empiristas, como John Locke, a prática é essencial para a assimilação do conhecimento. Seguindo essa premissa, as escolas e universidades nacionais ao não direcionarem as habilidades e conhecimentos - normalmente restritos ao ensino teórico - ao mercado de trabalho, a exemplo da escassez de aulas de educação digital e de inglês - bastante solicitados pela indústria - possibilita a preferência desse setor na contração de pessoas experientes em detrimento dos aprendizes, que são vistos como financeiramente "desvantajosos" diante da atual crise econômica.         Dessa forma, as dificuldades de ingresso dos jovens no mercado de trabalho no Brasil estão relacionadas a questões políticas e socais. Destarte, o Ministério do Trabalho e a sociedade civil devem fiscalizar o cumprimento da legislação pelas empresas por meio de auditorias regulares, contratando-se mais auditores do trabalho, e por investigações da situação trabalhista das mesmas nas plataformas virtuais, como o E-Social e Multibuscas, a fim de elevar as admissões juvenis no país. O Ministério da Educação deve, ainda, promover o ensino das habilidades voltadas para o mercado empregatício nas escolas por meio de aulas práticas e maior oferta de cursos técnicos aos alunos para incluí-los no setor produtivo nacional.