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Enviada em: 17/07/2018

"A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida", disse Sêneca, escritor do Império Romano. Essa reflexão é observada quando se analisa o número crescente de jovens desempregados no Brasil, uma vez que o ensino nas escolas e universidades, aquém do exigido pelo mercado de trabalho, manifesta-se como fator determinante para a consolidação de uma carreira profissional. Nesse contexto, convém refletir sobre os obstáculos da juventude em se inserirem no universo trabalhista.     Primeiramente, é importante ressaltar que, desde a Revolução Industrial, a lógica do trabalho tem se modificado, dado o contínuo avanço tecnológico no mundo todo, inclusive no Brasil. Concomitantemente, a exigência de qualificação dos funcionários por parte das empresas é cada vez mais voltada para a atuação técnica, viés pouco contemplado na formação acadêmica comum. Assim sendo, a disparidade entre as competências aprimoradas nas instituições de ensino com a demanda do mercado favorece o desemprego entre pessoas de 18 a 25 anos.     Somado a isso, pode-se afirmar que a geração atual de jovens está muito dependente dos familiares quando comparada às anteriores, visto a propensão em prolongarem cada vez mais a estadia na casa dos pais, por exemplo. Tal fator é estudado pela teoria da "Geração Canguru" e demonstra que essa tendência prejudica no desenvolvimento da autonomia, sobretudo quando se tange a assumir responsabilidades e aprimorar habilidades emocionais, aspectos primordiais para qualquer emprego. Logo, a insuficiente preparação psicológica impacta profissionalmente o adolescente.     Em vista do exposto, a falta de qualificação específica para a lógica de trabalho atual, seja do ponto de vista técnico, como emocional, são entraves para o ingresso do jovem no mercado trabalhista. Dessa forma, o Ministério da Educação deve incluir disciplinas na grade horária dos alunos, do ensino médio à graduação superior, voltadas para o aprendizado técnico, com o objetivo de trabalhar as competências exigidas pelas empresas. Além disso, as ONGs especializadas, como a "Todos pela Educação", em parceria com associações de psicólogos, devem auxiliar os alunos nas instituições de ensino, na forma de seminários e atendimentos particulares, a fim de desenvolver no estudante habilidades emocionais. Assim, como dito por Sêneca, a educação receberá a devida atenção e modificará positivamente a vida do jovem, permitindo que se insira no mercado de trabalho com mais facilidade.