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Enviada em: 29/07/2018

De forma análoga ao filme ''O lobo de wall street'', o qual traz a ascensão de um economista norte-americano no setor econômico mundial, o jovem globalizado vê, hoje, a vida ideal na boêmia, representada por esse personagem. Nesse contexto, o novo adulto brasileiro encontra dificuldades no mercado de trabalho seja pela quebra de expectativa ao encontrar a realidade cotidiana, de um profissional, seja pela falta de experiência em seu setor trabalhista. Assim, o ingresso a esse mundo se torna um problema.       Primeiramente, o ser humano moderno, cresce à imagem da vida despojada, segura e desprendida do futuro. Nesse sentido, de acordo com Zygmunt Bauman, em seu livro ''Modernidade líquida'', o cidadão hodierno vive visando o presente, as consequências das ações do sujeito se tornam apenas um ''algo para depois'', ou seja, para ser avaliado em seu devido momento. Ademais, a construção na mídia de um cotidiano, livre de entraves, faz com que os jovens, ao assistir tais situações banais, criem a ilusão da facilidade trabalhista. Dessa forma, o jovem brasileiro se torna alvo da alienação, gerada pelo sistema, e, portanto, sofre com a realidade cruel da selva de pedra.       Outrossim, a saturação do mercado faz com que seja necessária maior especialização, para um mesmo emprego. Sob tal ótica, o indivíduo, no começo de sua vida laborada, enfrenta o problema de não possuir as qualificações precisas, por falta de experiência e de tempo. Tal fato é corroborado pela pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a qual mostra que a porcentagem de desemprego entre os jovens está três vezes maior que a das demais classes trabalhadoras. Desse modo, percebe-se que por ser novo dentro do campo trabalhista, o indivíduo acaba sendo prejudicado por não possuir as especificidades requeridas para um determinado serviço.       Destarte, com base nos preceitos apresentados, infere-se que tanto a idealização do trabalho quanto a falta de experiência afetam a entrada dos jovens brasileiros no mundo trabalhista. Portanto, em primeiro plano, é imprescindível que o Estado brasileiro, atuando pelo Ministério da educação, promova a visita de sociólogos às classes escolares, para que expliquem, aos indivíduos em formação, a sociedade num todo, a fim de mostrar, pela sociologia, o funcionamento do mundo trabalhista. Em segundo plano, é indispensável que o mesmo órgão, promova um maior número de competições dentro da academia escolar, no intuito de que essas possam ser usadas de base, como uma experiência, à contratação em um trabalho. Por fim, é por esses meios que o cenário trabalhista brasileiro, o qual o jovem quase não possui oportunidade de emprego, será indubitavelmente mudado para um que ele possua iguais condições, se comparado aos de mesma posição.