Materiais:
Enviada em: 30/07/2018

Jovens versus Mercado de trabalho       No seriado ''Merlí'', de origem catalã, um dos tópicos constantemente abordados é o crescente desemprego entre os jovens catalães motivado, sobretudo, pela condição econômica pós-crise de 2008. O Brasil é outra região na qual a tava de inocupação entre o grupo destacado preocupa - 30% dentre os com 15 e 24 anos buscam uma vaga de emprego -; como consequência, toda uma geração de mão de obra pode ser arruinada. Dessa forma, especialistas, governo e empresariado buscam elucidar os entraves que precisam ser transpostos objetivando que mais jovens brasileiros componham a PEA.        No programa mencionado, as discussões escolares ao apresentarem a realidade do mercado de trabalho, difícil tal como ele está, por vezes acarreta em desencantamento perante o futuro profissional. No caso brasileiro, os resultados otimistas de pesquisas feitas pela Fundapol, a qual mostra que 87% dos jovens acredita no sucesso profissional, e pela Cia. de Talentos, a qual revela a ansiedade dos jovens ao almejarem conquistar postos de destaque em até 2 anos, é ofuscado pela realidade da recessão econômica e da rígida hierarquia empresarial a ser ultrapassada. Assim, contrariando as expectativas dos pesquisados, a crise econômica tem garantido que sejam eles os mais afetados, segundo o IPEA, uma vez que as empresas, visando à constância da produtividade, preterem profissionais com ampla experiência, bem capacitados e com competência emocional, justificado a taxa supracitada de desemprego e os poucos jovens em altos cargos empresariais.        Além disso, o país vivencia uma polarização educacional, que pouco contribui para um pleno desenvolvimento socioeconômico no futuro. Isso porque, de uma lado o Brasil possui uma maioria de jovens que pouco investiu em sua profissionalização, e que veem suas oportunidades minadas pela falta de desenvolvimento técnico-educacional em um mercado de trabalho que exige multiplicidade de conhecimentos e atitudes; do outro, tem-se a geração de jovens mais informatizada e educada até hoje, essa, no entanto, torna-se avessa perante os baixos postos hierárquicos aos quais é recrutada, já que aos olhos do mercado falta-lhes experiência concreta. Portanto, é necessário igualar oportunidade de educação, mas também amenizar a ansiedade e a rigorosidade desses jovens frente ao mercado.        Em síntese, para mitigar a dificuldade do jovem de se inserir no mercado de trabalho, faz-se necessário que política integrada (governo e empresários) promova a dinamicidade do mercado de trabalho e a descentralização da geração de empregos para jovens. Similarmente, é preciso que a nova Base Comum Curricular nivele a educação, bem como alie-se a um projeto do MEC para manter os jovens na escola e incentive-os com bolsas de estudo a continuar sua profissionalização.