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Enviada em: 05/08/2018

No final de 2013, o mundo experienciou a queda no preço das commodities e, o Brasil, sendo um dos grandes exportadores desse tipo de produto, entrou em uma crise econômica, a qual persiste até hoje. Nessa situação de recessão, é comum as empresas preferirem pessoas experientes no lugar das que nunca trabalharam antes, que é o caso de muitos jovens brasileiros. Isso, somado a uma formação universitária distante das novas exigências do mercado de trabalho e a uma competição enorme para ter e manter um cargo, torna o ingresso dos jovens nesse universo de empregos extremamente difícil. Logo, medidas que alterem esse contexto devem ser adotadas.     Em primeiro plano, é preciso modificar as universidades, que estão descompassadas em relação aos requisitos do mercado de trabalho. Uma famosa frase do meio educacional diz que as escolas são do século XIX, os professores do XX e os alunos do XXI. De forma análoga, as novas empresas seguem o modelo do século XXI de produção, o toyotista, no qual há menos funcionário, todos altamente qualificados e cada um com diversas funções, enquanto as faculdades persistem treinando seus alunos para cargos de média qualificação, repetitivos e sem tomadas de decisão, típicos do século passado. Dessa forma, fica evidente a necessidade da academia acompanhar tanto os seus estudantes quanto os moldes de produção atuais, para assim todos caminharem juntos no mesmo século, o XXI.   Além disso, a questão da competitividade também faz parte da problemática, uma vez que na contemporaneidade, o trabalhador qualificado vêm de qualquer lugar e é facilmente trocado. Segundo Bauman, a modernidade líquida é marcada pela efemeridade, por isso, as coisas mudam rapidamente e não são feitas para durar. Em virtude disso, as relações de trabalho acabam sendo bastante voláteis. Não existe mais a noção de ter um mesmo cargo em uma empresa por vinte ou trinta anos, na pós-modernidade globalizada o jovem tem de competir com diversos trabalhadores por uma posição que ele pode perder a qualquer momento. Em vista de tal situação, fica claro que é muito difícil para o aspirante funcionário entrar e permanecer nesse mercado de trabalho líquido.     Portanto, é necessário incentivar o ingresso da juventude nos postos de trabalho, já que a formação acadêmica atrasada e a grande competitividade dificultam o processo. Sendo assim, o Estado pode criar um projeto denominado "Empregue um jovem". Nele, as empresas serão obrigadas a contatarem um determinado número de recém-formados e deverão mantê-los no posto de trabalho por no mínimo um ano, a fim de que mais jovens consigam seu primeiro emprego e consequentemente, ganhem experiencia para os próximos que tiverem. Com essa medida, mesmo havendo uma crise econômica, a juventude conseguirá ter empregos com menos dificuldades.