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Enviada em: 05/08/2018

O paradoxo da experiência         Na Grécia antiga, com a ascensão das discussões na Ágora - cujos resultados eram decisivos para o futuro da localidade -, muitos cidadãos buscaram auxílio dos sofistas - que possuíam conhecimentos sobre oratória - para, assim, obterem destaque nessas deliberações. Atualmente, esse cenário de concorrência também é notório no Brasil quando se fala em ingresso no mercado de trabalho e, apesar dos anos dedicados à formação profissional, os jovens têm se deparado com muitas dificuldades no que tange essa questão. Nesse sentido, ao analisar o problema à procura de suluções, não devem ser negligenciados a exigência das empresas por experiência e o contexto econômico do país.      Primeiramente, convém pontuar que o frequente requerimento de candidatos com anterior experiência por grande parte dos empregadores dificulta a inserção dos jovens no mercado de trabalho. Com o advento do meio técnico-científico-informacional - assim nomeado pelo geógrafo brasileiro, Milton Santos - a qualificação é uma premissa básica para entrar no mundo laboral. Nessa lógica, o público em situação tem a necessidade de se dedicar, muitas vezes, integralmente ao curso de formação superior. Então, ao concluírem a graduação, os jovens possuem o conhecimento; mas não a prática. Dessa forma, obter experiência numa realidade em que não conseguem o primeiro emprego sem já tê-la,  torna-se um paradoxo comum para eles.         Ademais, a situação econômica do país é um agravante da problemática a ser ponderado. Em meio a um panorama de crise e recessão, como esse em que se encontra o Brasil, a demanda do mercado consumidor diminui e, consequentemente, os proprietários são obrigados a otimizarem os processos que envolvem a firma como um todo com fim de reduzir os gastos. Desse modo, vários postos de trabalho, por mais que significantes, deixam de existir.           Portanto, diante dessa análise, medidas deveriam ser tomadas. Nesse seguimento, é fundamental que as empresas reflitam sobre seu papel como geradoras de experiência para os jovens e promovam maior flexibilização quanto a essa exigência. Somado a isso, é importante que os Poderes Legislativo e Executivo crie e aplique, respectivamente, projetos que visem subsídios para as que se dispuserem a promover mais cargos de estágio e de aprendizado para esse público. Por conseguinte, será possível que os empecilhos encontrados pela juventude que busca ingressar no mercado de trabalho sejam amenizados e que, assim, esse paradoxo se torne menos recorrente.