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Enviada em: 06/08/2018

No Brasil, segundo a Consolidação das Leis Trabalhistas, a idade mínima de um jovem para ingresso nas atividades laborais é de 14 anos, sendo como aprendiz até os 16. Assim, em um mundo em que o processo de globalização exige cada vez mais conhecimento e familiaridade com a tecnologia, adolescentes e adultos deparam-se com a dificuldade da inserção no mercado de trabalho pela falta de experiência profissional associada a dois fatores: baixos níveis de capacitação e altos níveis de escolaridade.       Em primeiro lugar, observa-se que, atualmente, somente a educação formal não é suficiente para garantir a empregabilidade dos jovens. Empresas buscam cada vez mais profissionais com diferenciais em seus currículos e, não raro, profissionais com nível superior ocupam funções que há duas décadas eram ocupadas, majoritariamente, por pessoas com ensino fundamental e médio, prova disso são engenheiros e bacharéis em direito trabalhando como auxiliar de serviços gerais. Além disso, conhecimentos básicos em informática são indispensáveis na busca por qualquer emprego, e qualquer adolescente que se disponha a concorrer uma vaga deve ter domínio de editores de texto e navegação na Internet. O resultado disso é o alto índice de desemprego, com causas estruturais, e a elevação das taxas de ocupações informais.       Por outro lado, é comum vermos jovens com elevado tempo de estudo entre o contingente de desempregados. Com formação além da graduação e dominando mais de um idioma esses indivíduos  buscam ingressar no mercado de trabalho em altos cargos, porém sem possuir uma exigência fundamental para as grandes empresas, a vivência profissional. Dessa forma, essas pessoas, na visão de Zygmunt Bauman, surgem como um novo fenômeno social - o precariado- fruto da mudança brusca que vem ocorrendo nos meios de produção capitalista desde a segunda metade do século XX.       Entende-se, portanto, que é imprescindível preparar o jovem para uma incorporação satisfatória na população economicamente ativa. O Governo deve manter parcerias entre as escolas públicas e entidades privadas, incentivando o estágio remunerado para estudantes do ensino médio, pois além de proporcionar renda ao adolescente, habitua-o em uma rotina de trabalho. Ademais, as universidades precisam formar tecnopólos, de maneira mais integrada, mesclando pesquisa e desenvolvimento, o que facilita a inserção dos estudantes no mercado de trabalho ainda durante os cursos. Assim, indubitavelmente, nota-se a educação como a principal solução para o problema, pois, segundo Oscar Wilde, "O homem não é nada mais do que aquilo que a educação faz dele".