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Enviada em: 07/08/2018

A obra "O princípio da responsabilidade", escrita pelo filósofo alemão Hans Jonas, calcava-se na ideia de que os seres futuros exigem eticamente compromisso daqueles que os gerarão. Contudo, a postura dos cidadãos brasileiros frente às dificuldades enfrentadas pelos jovens para conseguir um emprego configura-se como um grande obstáculo para a concretização desses preceitos, dado que cada vez mais empresas optam por pessoas mais experientes, o que provoca uma polarização do trabalho.   Mormente, ao observar-se por um prisma estritamente histórico, vê-se que durante a Revolução Industrial surgiram novos postos empregatícios, principalmente em setores relacionados aos serviços. Nesse sentido, observa-se que o mercado competitivo concernente à sociedade hodierna remonta a este período, em que a produção crescia aceleradamente e em que aumentou-se a busca por mão de obra. Destarte, é indubitável que a grande concorrência na procura por trabalho constitui-se como causa preponderante dos problemas enfrentados pelos jovens na busca por espaço em meio a um ambiente excessivamente competido.   Isto posto, é cabível enfatizar que os déficits na oportunização de qualificações profissionais colaboram na intensificação do problema, haja vista que tal escassez impede o jovem de obter uma formação que posteriormente o impulsione na inserção em novos empregos. Dessa forma, há uma desproporcionalidade quanto a exigência do mercado e a disponibilidade de pessoas com formação acadêmica adequada, visto que o mercado requer uma constante especialização profissional. Lamentavelmente, o problema é corroborado pela crescente demanda por habilidades e experiência, característica de empresas que se preocupam em manter a sua produtividade.    Em virtude dos fatos mencionados, depreende-se que a problemática urge por medidas interventoras. Dessa forma, cabe ao Estado a implantação de medidas de cunho social, tal como a criação de programas que visem parcerias com diversas empresas, e por sua vez, ofereça aos jovens recém-formados oportunidades de estágios, com o fito de mitigar o problema do desemprego entre essas pessoas. Paralelamente, é dever do Ministério da Educação disponibilizar nas instituições de ensino projetos que ofereçam cursos de qualificação profissional, de modo a integrar os alunos e prepará-los para o mercado de trabalho - uma vez que ações coletivas têm imenso poder transformador sobre os indivíduos - a fim de solucionar os déficits na formação acadêmica adequada. Apenas assim combater-se-á os entraves para um mercado mais igualitário e alcançar-se-á uma sociedade mais justa aos seres que virão.