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Enviada em: 14/08/2018

Segundo o sociólogo Émile Durkhein, em sua obra ''O Suicídio'', a sociedade possui um caráter impositivo sobre o indivíduo. Nesse sentido, a juventude do mundo contemporâneo é pressionada pelo meio social em que vive no que tange à entrada no mercado de trabalho. Contudo, tal inserção apresenta como desafios não só a falta de qualificação, mas também a ausência de estímulo aos jovens para o campo profissional. Logo, é imprescindível que o poder público e a coletividade unam-se a fim de superar tais obstáculos.   Em primeira análise, é simplismo da sociedade culpar os jovens, os quais estão fora do mercado de trabalho, já que uma boa parcela desses indivíduos não têm formação educacional, especialmente os que não apresentam condições financeiras para investir. Essa ''evasão'' do mercado profissional pode ser notada nos gráficos de população economicamente ativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE - os quais escancaram a real quantidade de pessoas entre 18 e 29 anos aptos a trabalhar, que por sua vez não contribuem para o meio profissional. Ou seja, com uma inexistente frequência escolar apresentada por adolescentes desprovidos de experiência profissional, somada à desigualdade econômica, fica difícil cobrar desses indivíduos a sua inserção no mercado de trabalho.   Além disso, outro desafio a ser enfrentado pela sociedade é a falta de interesse por parte de alguns jovens, sobretudo daqueles que moram com os pais. Dessa forma, pode-se concordar com a obra de Zygmunt Bauman, ''Em busca da política'' cuja diz que nenhuma sociedade que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar respostas para os problemas que a afligem. Isto é, enquanto esses jovens não questionarem o seu papel na sociedade, em especial a sua vida profissional, torna-se complicado estimulá-lo a ingressar-se no mercado de trabalho, bem como produzir algo para o meio em que vive. Desse modo, é urgente despertar a criticidade dessa geração indubitavelmente desinteressada de deixar um legado ao meio social através do trabalho.   Fica claro, então, que as dificuldades dos jovens ingressarem no mercado de trabalho precisam ser enfrentados. Para isso, cabe ao Ministério da Educação estimular a entrada e a permanência dos jovens na escola, por meio da ampliação de instituições educacionais com a formação profissional em todos os municípios, com o aporte financeiro da União, objetivando prepará-los para trabalharem. Ademais, é papel da família e da escola estimular a ''sede por conhecimento'' dos jovens, por meio de debates conscientizadores, com o intuito de incentivar o seu interesse pela vida profissional, contribuindo, assim, para a população economicamente ativa.