Materiais:
Enviada em: 16/08/2018

O ideal positivista “progresso” eternizado na bandeira nacional brasileira está intimamente ligado às riquezas da União, embora não esteja atrelado exclusivamente à ela, e é dependente do trabalho de milhões de profissionais. Entretanto, as dificuldades encontradas pelos jovens no momento de ingressão no mercado de trabalho põem em xeque a consolidação dessa ideia e configura uma realidade preocupante. Com efeito, compreender os motivos que dificultam tal inserção, bem como o papel das autoridades públicas e famílias são medidas que se impõem.    Salienta-se, em primeiro plano, que para Bauman o mundo contemporâneo é marcado pelo individualismo, característica impregnada aos indivíduos. Diante desse pensamento, observa-se a clareza dessa teoria no comportamento da classe patronal: a maior parte dos indivíduos que a compõe são individualistas, visto que estão fortemente focados na produtividade da empresa ,uma vez que os gastos são altos, e, por isso, optam por uma mão de obra que possui mais tempo no mercado e não abrem oportunidade para os novos trabalhadores. Em vista disso, os desafios para a incorporação dos jovens estão presentes no viés individualista dos empregadores, o que diminui as chances de ingresso dessa maioria.     Outro fator relevante é abordado por Mário Sérgio Cortella em sua obra “Por que fazemos o que fazemos?”, em que o filósofo reflete acerca das dificuldades enfrentadas pela nova geração no momento de escolha profissional, haja vista que muitos buscam uma profissão por causa da remuneração ou simplesmente para agradar a família. Nesse sentido, esses novos profissionais, embora cheguem bem capacitados, estão despreparados para enfrentar as exigências do mercado, visto que, devido a sua escolha “forçada”, muitos sentem-se inseguros e incapazes, fator que atrapalha sua empregação. Por conseguinte, é preciso que esses jovens sejam orientados quanto a escolha profissional, para que esse tipo de adversidade não interfira a inserção desses indivíduos.     Torna-se evidente, portanto, que medidas são imprescindíveis para alterar esse cenário. Sendo assim, cabe ao Ministério do Trabalho incentivar a contratação dos jovens pelas empresas, o qual pode ser feito, por exemplo, por meio da redução de impostos da Pessoa Jurídica que tem uma determinada porcentagem de suas vagas de emprego ocupadas por recém-formados, de modo que haja o envolvimento dos empregadores no combate a exclusão do grupo e, consequentemente ao individualismo. Já o Ministério da Educação e as famílias devem atuar ativamente na orientação profissional dos adolescentes, por meio do diálogo e da exposição dos vários tipos de profissão, a fim de que as novas gerações percebam o quão amplo é o mercado e não façam uma escolha infeliz.