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Enviada em: 21/08/2018

A sociedade atual é marcada pelo uso intenso da tecnologia e pela rapidez de processamentos das informações em todos os setores da economia. Nesse contexto, como explicar um maior desemprego entre os jovens do que entre os adultos? Essa resposta revela que o mercado de trabalho exige critérios além do domínio da tecnologia, como as competências emocionais e a qualificação profissional.        Em primeiro plano, de acordo com o filósofo Byung-Chul Han a sociedade do século XXI é uma sociedade de desempenho. Sob essa conjectura, todas as pessoas são medidas de alguma forma diariamente, seja pela influência nas mídias digitais ou pelos diplomas de qualificação. Nesse viés, os jovens atuais cresceram com uma cobrança exorbitante desde os primeiros anos de vida, como a necessidade de ser o melhor da sala, de falar inúmeros idiomas e de passar no primeiro vestibular para um curso concorrido. Isso dificultou o desenvolvimento dos aspectos relacionais e emocionais nos indivíduos, os quais são o requisito de primeira linha nos empregos, ao passo que favoreceu a instalação das doenças como a depressão e a ansiedade.        Em segundo plano, um estudo publicado pelo Grupo Santander revelou que o fato de possuir um diploma de nível superior aumenta as chances dos jovens em conseguir um emprego. No entanto, tal realidade assusta sob o ponto de vista das desigualdades sociais, pois cada vez mais é dificultada a inserção daqueles sem acesso ao ensino superior público. Além disso, com a continuidade da recessão econômica é possível esperar um número menor de novos postos de trabalho, bem como um freio nos investimentos de expansão das instituições qualificadoras gratuitas. Dessa forma, os empecilhos existentes a estar empregado tendem a aumentar para os jovens, mas principalmente para aqueles das classes sociais menos favorecidas.        Portanto, para amplificar as chances dos jovens de todas as classes sociais terem êxito no quesito profissional são necessárias medidas por parte do poder executivo e das instituições de ensino. Assim, os representantes do poder executivo devem formular políticas públicas para inclusão do jovem no mercado ainda em formação de acordo com a realidade de cada região do país, com atenção especial para os jovens bolsistas ou em situação de vulnerabilidade econômica. Além disso, as escolas precisam ampliar os serviços psicológicos e criar sessões com as equipes de psicólogos, psicopedagogos, professores e familiares para entrarem em consonância sobre os desafios da saúde mental dos alunos. Dessa forma, as pessoas envolvidas podem atuar de forma mais eficaz e ajudarem na construção de futuros adultos emocionalmente estáveis.