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Enviada em: 24/08/2018

“No meio do caminho tinha uma pedra”, assim escreveu Carlos Drummond de Andrade, renomado poeta brasileiro. Aplicando a essência do poema na contemporaneidade laboral, a “pedra” descrita podem ser as dificuldades que os jovens do país enfrentam para ingressar no mercado de trabalho. A precariedade educacional do quadro brasileiro e a falta de incentivo e inclusão no mercado de trabalho são reais vetores do problema. Nesse sentido, convém analisarmos tais posturas negligentes para a sociedade.      O estado em que se encontra a educação brasileira é lamentável, com pouca qualificação e pouca inclusão, o jovem brasileiro está tendo que optar por trabalhos de cunho informal, para conseguir sua subsistência. Isso se verifica quando se observa que, 30% dos jovens de 15 a 24 anos estão desempregados. E ainda, para catalisar o problema, mais da metade dos jovens que trabalham estão ingressados em atividades informais. O problema ocorre pelo fato de que, o plano da educação brasileira atual, em sua maioria, não oferece nenhum sistema de qualificação de trabalho, para que o cidadão saia do ensino médio com chances de ingressar em algum estágio.         Vale salientar, também, as condições socioeconômicas que esse grupo está sujeito. A necessidade de trabalho aliada com a falta de oportunidades de ingresso laboral obriga o jovem a procurar meios indevidos para garantir sua sobrevivência, como o mundo do crime. Ou seja, a gestão pública e a educação do Brasil atual acarretam problemas sociais oriundos da negligência. De forma análoga, percebe-se que os programas de inclusão de jovens no trabalho, atualmente, são insuficientes para comportar a demanda da juventude.           Portanto, isso vai contra as condições do contrato social proposto por Thomas Hobbes, visto que o próprio Estado quebra a harmonia social. Portanto, urge que o Estado tome providencias para promover o desenvolvimento educacional e o incentivo ao mercado de trabalho. É imprescindível que o Governo Federal em parceria com o MEC proponha novos modelos educacionais compostos por cursos técnicos. Não somente aprender a desenvolver atividades laborais, mas também aplicar na prática conhecimentos teóricos adquiridos na sala de aula, como conhecimentos físicos, químicos e sociais. Outrossim, é necessário que o Legislativo faça alterações na lei do Jovem Aprendiz, aumentando o quantitativo obrigatório de jovens nas empresas e, proporcionalmente, aumentar o benefício fiscal à essas empresas. Dessa forma, o mercado de trabalho ficará incentivado e proporcionará aos jovens mais oportunidades. Assim, a “pedra” de Carlos Drummond não se aplicará mais ao contexto do jovem brasileiro.