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Enviada em: 27/08/2018

Foi com a ajuda do pai e sem muitas dificuldades que o jovem Brás Cubas, personagem de Machado de Assis, conseguiu um emprego na câmara dos deputados. Diferente, dos desfechos literários, porém, o jovem brasileiro vem encontrando dificuldades cada vez maiores para ingressar no mercado de trabalho. Nesse contexto, deve-se analisar os impactos da falta de qualificação e planejamento na problemática em questão.     A princípio, convém destacar que o despreparo técnico contribui com a rejeição que o jovem enfrenta na busca por emprego. De acordo com o pensamento empirista do filósofo John Locke, o Homem só pode conhecer aquilo que foi adquirido pela experiência. Sob tal ótica, é possível afirmar que a não exposição, no ambiente escolar, às demandas do mercado produz um indivíduo que desconhece as necessidades dessa realidade. Sendo assim, o desemprego entre esse público passa a ser reflexo de um arquétipo educacional incompatível com as exigências das vagas disponíveis.     Atrelada a essa questão pilar, é notório que existem hábitos que contribuem com a dificuldade dos mais novos no assunto tratado. Pesquisas realizadas pela Universidade de Oxford revelam que, em até 25 anos, cerca de 47% das profissões que hoje existem serão extintas. Não obstante, é comum encontrar, nas escolas e faculdades, brasileiros que, apostando na imutabilidade dos postos de trabalho, deixam de lado o planejamento da vida profissional. Consequentemente, as vulnerabilidades dessas pessoas às mudanças previstas ficam ainda maiores.      Diante dos argumentos supracitados, faz-se necessário que o governo busque aumentar a capacitação dos jovens de acordo com as demandas do mercado, oferecendo, por meio de instituições como o SENAI, maior quantidade de vagas em cursos técnicos vinculados a programas de estágios de empresas públicas e privadas com o fito de melhor qualificar  e facilitar a entrada desse grupo no mercado de trabalho. Outrossim, é importante que as escolas e faculdades procurem criar eventos com especialistas em orientação profissional, educadores e psicólogos para incentivar o planejamento da carreira. Assim, o jovem brasileiro poderá ter a dificuldade na busca por emprego reduzida para um nível quase machadiano.