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Enviada em: 28/09/2018

Para Karl Marx, sociólogo e economista alemão, a força de trabalho é a principal mercadoria do sistema capitalista e o quantitativo de indivíduos dispostos a vender sua capacidade representa a população ativa de uma sociedade. Diante do atual panorama econômico brasileiro, é indubitável que essa população encara uma crise de desemprego, cujas maiores vítimas são os jovens, isso porque o sistema de ensino não os prepara conforme as exigências do mercado de trabalho, além do que, muitas vezes, os integrantes da denominada "Geração Z" não detêm as competências emocionais necessárias para a contratação.          A princípio, tem-se que apenas um a cada quatro jovens com idade entre 18 e 24 anos deixaram a faixa do desemprego no segundo trimestre de 2016, de acordo com dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ao passo que 57% encontram-se desempregados há mais de um ano. Segundo Jacques Meir, diretor do grupo Padrão, essa é a geração com maior preparo, informação e educação, no entanto, é também a com maior índice de inatividade profissional, para ele, "uma das razões para isso é a inadequação entre a formação acadêmica e o que o mercado exige". Uma prova disso é a falta de disciplinas que instruam o estudante à ingressar no mercado de trabalho.    Contudo, Milie Haji, gerente de projetos da Cia. de Talentos, consultoria de seleção e desenvolvimento de carreira de São Paulo, aponta outra possível causa para esse fenômeno: a falta de competências emocionais. Tal afirmação está em consonância com a teoria sociológica de Zygmunt Bauman, que defende que os membros da "Geração Z", nascidos entre a década de 90 e início dos anos dois mil, estão imersos em uma modernidade líquida, onde a efemeridade das relações interpessoais e o individualismo exacerbado instauram um quadro de instabilidade e fragilidade emocional gerado pela ausência de perspectivas, afinal, há um estado permanente de mudança, o que torna o futuro incerto.        Posto isso, faz-se imprescindível que o Ministério da Educação crie, com base em uma pesquisa de levantamento a respeito dos requisitos considerados pelas empresas durante processo de contratação, a ser realizada pelo Ministério do Trabalho, uma disciplina voltada à instrução profissional que, integrada à grade curricular obrigatória das instituições de ensino públicas e privadas de nível médio, oriente os jovens acerca das reais competências técnicas e emocionais desejadas pelos contratantes, assim, colaborando para a inserção desses no mercado de trabalho e, por conseguinte, criando uma cultura de incentivo ao primeiro emprego.