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Enviada em: 18/04/2018

Cultura da coexistência  Diante de valores retrógrados, o assédio sexual é realidade no Brasil. Uma vez que as insistências inconvenientes e os apelos sexuais são reincidentes com mulheres e homonexuais, fica claro que as vítimas não seguem com padrões considerados ideais. Dessa forma, valores humanos são sobrepostos como se independessem, seja pelos entraves na questão criminal e jurídica, seja pela estrutura social que legitima o problema.   De fato, há um défice de proteção legislativo para os crimes assédio, visto a falta de punições mais graves e as dificuldades para provar o crime. Em reportagem do portal de notícia brasileiro G1, no ano de 2017 a justiça paulista considerou crime de menor potencial ofensivo um homem se masturbar e ejacular no pescoço de uma mulher em um ambiente público. Deixando claro, portando, a fragilidade das leis que fomentam o medo, a culpa e a insegurança nas vítimas. Entretanto, não há vantagens em aumento de punições se elas não serão efetivadas.   É indubitável, que os casos de assédio são mascarados e justificados por uma cultura social, bem como padrões de verdades absolutas nutridos pela sociedade contemporânea. Carlos Drummond Andrade apregoava "todo ser humano é um estranho ímpar". Assim, é essa singularidade que acarreta no estranhamento e a não aceitação das diferenças, além disso dando espaço para que o crime seja desculpado pela roupa, opção sexual e aparência do abusado. Diante disso, a sociedade compactua para o crime continuar presente.   Fica claro, portando, para reduzir os casos de assédio, é necessário que os valores humanos sejam retomados sem a coexistência de uma cultura com padrões tidos como unicamente corretos, haja vista que esses valores são a aversão da intolerância. Para tanto, é preciso que medidas sejam impostas pela esfera do poder legislativo, qual promovam a criação de leis com maior pena para o crime, no entanto com fiscalização e garantia credibilidade as vítimas. Aliado a isso, a política educacional pode dialogar com a cultura familiar, assim o governo federal deve implementar nos institutos de educação estaduais e municipais grades curriculares que envolvam mais a família, com campanhas que apresentem o problema desmistificando padrões inseridos na sociedade que alimentam os casos de assédio. Dessa forma, construindo uma cultura de respeito e tolerância.