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Enviada em: 07/05/2018

Herança de uma cultura machista e socialmente prejudicial, o assédio sexual contra mulheres é uma realidade, alarmante em todo o mundo, que por vezes culmina no feminicídio. No Brasil não é diferente, esse cenário deve ser reduzido. Nesse contexto, desafios como o combate à cultura machista e a abordagem branda do judiciário em casos de violência contra a mulher devem ser enfrentados pela coletividade e Poder Público na conquista dessa mitigação.       Fruto de um conjunto de práticas e ideias passadas de geração em geração, o machismo fomenta e naturaliza o assédio contra mulheres. Não é difícil encontrar no cotidiano brasileiro, exemplos de famílias que valorizam na criação de seus filhos a ideia de que o homem deve ter varias parceiras sexuais e se comportar de forma agressiva, enquanto que a mulher deve ser objetificada como um acessório do homem. Esse comportamento transmitido para as seguintes gerações, além de promover a violência moral na formação do indivíduo, baseia o assédio sofrido pelo sexo feminino em todos os âmbitos da sociedade. Assim, a educação dos núcleos familiares é de extrema importância na formação de gerações de homens que enxergarão as mulheres como iguais em oportunidades, respeito e potencialidades, criando uma sociedade onde o assédio não encontrará espaço em suas relações.       Outro grave desafio que deve ser enfrentado é a branda posição do Poder Judiciário no julgamento e penalização dos casos de violência contra a mulher. Um grave amostra dessa postura indevida é o recente caso do julgamento do estupro acontecido na Espanha, o que desencadeou as manifestações conhecidas como "La Manada", que reivindicam a efetivação dos direitos ligados à mulher além da justiça do caso estopim. Essa postura do judiciário, latente também no Brasil, da subvalorização da justiça para as mulheres violentadas é uma realidade urgente de mudança junto com a maior severidade das fiscalizações e punições das violências que, hoje, não são devidamente dimensionadas, como o assédio diário sofrido pelas mulheres em suas atividades cotidianas. Logo, uma maior representatividade das mulheres nas figuras de poder, dentro da justiça brasileira, deve ser prioridade.        Urge, portanto, que o assédio, sobretudo o sexual, seja combatido no Brasil. Para tanto, as emissoras de televisão aberta, importante meio de informação para os brasileiros, devem abordar, incansavelmente, a violência contra a mulher promovida pelo machismo no Brasil como meio de educar a população, sobretudo os núcleos familiares responsáveis pela educação dos futuros cidadãos. Ademais, cotas devem ser criadas nos concursos do Poder Judiciário como meio de aumentar o número de mulheres que poderão, assim, tornar eficientes os julgamentos e punições dos crimes contra a mulher coibindo, não só os casos de assédio sexual, mas toda a violência praticada contra o feminino.