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Enviada em: 27/05/2018

Para os Estoicistas, na Grécia antiga, não se deve lutar contra o que não se pode mudar. Por outro lado, na teoria empírica a posteriori de Kant, é o pensamento progressivo na busca de um ideal que nos leva à questionar e buscar mudanças. Nesse sentido, as modificações perpassam, invariavelmente, pela quebra de uma visão machista, patriarcal e utilitária em relação as mulheres, fatores esses que contribuem para os casos de assédio sexual.    É preciso considerar, antes de tudo, que as mulheres, historicamente, vem sendo subjugadas por essa cultura patriarcal. Isso porque a sociedade foi construída sob uma lógica machista, isto é, com o homem no centro das decisões sociais. Dessa forma, essa discrepância de poder não se configurou apenas na esfera social, mas também tem sido, frequentemente, associada aos aspectos sexuais. prova disso está nos frequentes casos de assédio sexual na indústria do entretenimento, praticados, normalmente, por homens com grande influência e poder. Portanto, há uma ideia de que o poder por eles exercidos é amoral e irrestrito, condicionando uma ideia falseadora de empoderamento sexual em relação às mulheres.    Outrossim, muitas mulheres sofrem em silêncio os casos de assédio sexual por medo de retaliações. Diante disso, é bem verdade que a influência, seja dos grandes produtores de Hollywood, dos grandes jornalistas ou de empresários, demonstram que o poder se consuma sob um lógica de imposição, como se fossemos animais indomáveis, no qual não houvesse condições racionais de controlar os desejos. Essa ideia de imposição vertical, ou seja, que emana de quem tem mais poder para quem tem menos, tem sido veementemente combatida. Isso porque muitos movimentos têm buscado quebrar esse paradigma que acompanha várias mulheres ao redor do mundo. A evidência disso está na campanha #MeToo ( Eu Também), que tem sido aderida por uma gama de mulheres que sofreram com casos de assédio sexual e notaram nesse movimento uma forma de denunciar o assédio sofrido.    Urge, portanto, a proeminência de medidas para esse revés. Para tanto, cabe à mídia cumprir com a sua função social e, mediante filmes, novelas e propagandas publicitárias pautadas em aspetos do assédio sexual, trabalhar as suas consequências, a fim de que haja discussões entre a sociedade civil e, dessa forma, possam reivindicar dos governantes políticas, como, por exemplo, multas e até prisão para quem cometa esse ato. Ademais, compete à escola e às ONGs, com o suporte da família, por meio de discussões pautadas no assédio sexual, formar homens que reconheçam as suas limitações frente à sociedade e saibam conviver de forma harmoniosa e respeitosa com as mulheres. Assim, haverá a quebra de um pensamento chafurdado na ideia inatista de impossibilidade de mudanças.